O futuro do cinema: há um cenário pessimista para o pós-pandemia

Inverno nuclear. O juízo final. O ano que não aconteceu. 

Até parecem filmes distópicos de Hollywood, mas é assim que os executivos da indústria cinematográfica se referem a 2020

O crescimento dos serviços de streaming e a queda nas bilheterias já minavam a relevância das salas de cinema antes mesmo de o coronavírus entrar em ação. 

Agora, os estúdios vislumbram um futuro ainda pior do que aquele que se desenhava até 2019. As salas de cinema seguem fechadas em grande parte do mundo. A bilheteria está quase zerada. 

Os lançamentos de blockbusters foram adiados, as gravações paralisadas.

Se 2020 fosse um filme, os espectadores estariam angustiados, sentados à beira da poltrona, esperando o(a) mocinho(a) salvar a trama.

Em maio, os cinemas nos Estados Unidos faturaram US$ 807 mil, com nove lançamentos. Um ano antes, a bilheteria superava US$ 1 bilhão, com mais de 200 títulos.

A derrocada só não foi maior graças ao ressurgimento dos drive-ins, responsáveis pela maior parte das receitas do mês.

A sessão nostalgia até ajudou, mas está longe de ser a solução para a indústria do cinema.

Hoje, os grandes estúdios dependem das bilheterias para bancar os milhões gastos com a produção de um longa . Sem esse público, a conta não fecha. E ele não deve voltar tão cedo. 

Mesmo com o afrouxamento das medidas de isolamento social, é difícil imaginar cinemas lotados em breve.

Como preservar uma distância de 2 metros em uma sala de exibição? Ainda dá para dividir a pipoca com alguém? Será que os óculos 3D foram bem higienizados? E aquele espirro, de onde veio?

Uma alternativa seria o streaming. Porém, até agora, a migração para telas menores foi feita apenas com títulos de orçamentos modestos.

Faz sentido. Afinal, torrar milhões em efeitos especiais para estrear um filme em televisões comuns (ou, pior, nos celulares) não faz lá muito sentido.

No mundo pós-pandemia, outro desafio será a escassez de lançamentos, já que as produções foram interrompidas.

Quando Hollywood finalmente reabrir, a indústria enfrentará ainda conflitos de agenda de atores, diretores, técnicos e locações, na corrida para terminar as produções adiadas.

Chegou a hora de criar modelos de negócios que possam sustentar as produções que tanto nos emocionam mesmo em tempos de pandemia.

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