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Edição: Hugo Julião
08:13
10/11/2021

360 milhões de usuários dizem que o Facebook é prejudicial para suas vidas

Para 1 em cada 8 usuários do Facebook, o uso do aplicativo prejudica o sono, o trabalho, os relacionamentos e a criação de filhos.

O dado consta de um relatório interno da empresa e que foi divulgado recentemente pelo The Wall Street Journal.

Os pesquisadores estimaram que esses problemas afetam cerca de 12,5% dos mais de 2,9 bilhões de usuários, o equivalente a mais de 360 milhões de pessoas.

Eles disseram que as descobertas foram resultado do uso compulsivo da plataforma.

Facebook faz mal aos usuários, diz estudo do próprio Facebook (The Wall Street Journal)

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Os padrões de uso são percebidos como piores na rede social lançada por Mark Zuckerberg do que em qualquer outra.

A Meta, ex-Facebook, chama isso de “uso problemático” do app.

Descobertas baseadas principalmente em documentos internos vazados pela ex-funcionária da empresa Frances Haugen indicaram anteriormente que a saúde mental de adolescentes também é afetada negativamente pelo uso do Instagram.

O The Wall Street Journal pontua que a pesquisa sobre os efeitos negativos do uso do Facebook foi realizada há vários anos por uma equipe focada em mitigar comportamentos prejudiciais.

Os especialistas sugeriram uma série de correções e, embora a empresa tenha implementado algumas, acabou fechando a área em 2019.

Segundo os pesquisadores, alguns usuários não têm controle sobre o tempo que passam na plataforma.

Consequência disso, enfrentam problemas em suas vidas, incluindo perda de produtividade (elas param as tarefas para verificar o aplicativo com frequência), perda de sono (ficam acordadas até tarde navegando pelo app) e degradação dos relacionamentos pessoais (substituem o tempo junto pelo tempo online).

Estou no Facebook todos os dias, a cada momento. Literalmente, a cada momento; mas não quando estou no chuveiro”, disse um usuário ao grupo ao The Wall Street Journal.

Pratiti RayChoudhury, chefe de pesquisa da empresa

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Na semana passada, a gigante da tecnologia se posicionou contra a reportagem, descrevendo-a como “irresponsável, porque, como se observa no próprio estudo, a pesquisa foi desenhada para ser o mais abrangente possível para nos ajudar a entender melhor o desafio”.

O uso problemático não é igual ao vício”, escreveu Pratiti RayChoudhury, chefe de pesquisa da empresa.

“O uso problemático tem sido usado para descrever a relação das pessoas com muitas tecnologias, como TVs e smartphones.”

Ela ainda negou a posição da reportagem de que o Facebook havia parado de pesquisar o impacto de suas tecnologias no bem-estar do usuário e acrescentou que a empresa lançou “quase 10 produtos” para apoiar o uso saudável de suas redes sociais.

Embora não tenha sido encontrada uma relação causal entre a mídia social e o vício, e de modo geral, a pesquisa sugere que, em média, a mídia social não tem um grande impacto prejudicial sobre o bem-estar, ainda queremos fornecer às pessoas ferramentas para ajudá-las administrar da maneira que acharem melhor”, complementou a executiva.

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