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Edição: Hugo Julião
14:42
28/01/2022

Coordenadora de medicina da UnB se desliga do cargo após cobrança de vacinação

Após a instituição do passaporte da vacina para acessar as dependências da Universidade de Brasília (UnB), a coordenadora da Faculdade de Medicina da UnB, Selma Kuckelhaus, pediu desligamento do cargo ontem (27).

A professora, que é formada em Ciências Biológicas e dá aulas na morfologia, enviou um comunicado aos integrantes do curso explicando a decisão e disse não ter tomado nenhuma dose do imunizante.

Foto: Reprodução/Facebook

Torno pública a minha decisão de me desligar da coordenação da graduação do curso de medicina.

Tal decisão foi motivada pela recente implantação do passaporte sanitário na Faculdade de Medicina.

Assim, e considerando que componho o grupo de servidores não vacinados, a minha posição como coordenadora ficou em desacordo com a gestão da faculdade”, escreveu no texto.

Selma Kuckelhaus disse, ainda, que as vacinas estão em desenvolvimento e que tanto a segurança quanto a eficácia apresentam inúmeros questionamentos.


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Leia a carta da médica na íntegra:


Prezados professores, técnicos e estudantes,
 

Torno pública a minha decisão, devidamente formalizada ao diretor da FM nesta data, de me desligar da coordenação da graduação do curso de medicina.
 

Tal decisão foi motivada pela recente implantação do passaporte sanitário na Faculdade de Medicina, que hoje foi aprovada pelo CAD para toda a comunidade universitária. Assim, e considerando que componho o grupo de servidores não vacinados, a minha posição como coordenadora ficou em desacordo com a gestão da faculdade.
 

Em acréscimo, declaro que sou sensível ao momento pandêmico vivenciado por todos nós, bem como às soluções criadas para o cuidado dos pacientes. Dentre essas, é sabido que as vacinas estão em desenvolvimento e, nessa fase, tanto a segurança quanto a eficácia suscitam inúmeros questionamentos. Para além disso, as vacinas disponíveis não impedem a infecção e tampouco o contágio, como demonstrado pelos inúmeros casos de infecção de indivíduos vacinados.
 

Diante do exposto, entendo ser uma incongruência a imposição do passaporte sanitário, desconsiderando os indivíduos que se recuperaram da infecção pela Covid-19 e que possuem imunidade natural, bem como aqueles que não sentem segurança nas vacinas disponíveis e julgam que o risco supera o benefício. Além disso, sou árdua defensora das liberdades individuais.
 

Declaro a todos que sou muito grata à gestão da FM pela confiança depositada a mim, bem como pelo amplo aprendizado adquirido ao longo dos últimos 3 anos. Minha gratidão a todos os professores, servidores técnicos da secretaria de graduação e direção, bem como aos estudantes.
 

Com votos de que haja pacificação e bom senso na tomada das decisões pelos gestores da universidade, me coloco à disposição para auxiliar a todos na medida das minhas habilidades.
 

Graça e paz a todos!
 

Profa. Selma Kuckelhaus
MOR/FM/UnB

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