Embora lavar as mãos com sabão seja fundamental na luta contra doenças infecciosas, incluindo a COVID-19, bilhões de pessoas em todo o mundo não têm acesso imediato a um local para lavar as mãos, disse o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef no Dia Mundial de Lavagem das Mãos, que ocorreu ontem (15).
"A pandemia destacou o papel essencial da higiene das mãos na prevenção de doenças.
Também enfatizou um problema preexistente para muitos: lavar as mãos com sabão continua fora do alcance de milhões de crianças nos lugares onde nasceram, vivem e aprendem", disse Kelly Ann Naylor, diretora associada de Água, Saneamento e Higiene da entidade.
Menina lava as mãos em uma escola primária na República Democrática do Congo (Foto: Tremeau/Unicef)
Veja as últimas estimativas:
- - Duas em cada três pessoas – 1 bilhão de pessoas no total – não têm instalações básicas para lavar as mãos com água e sabão em casa. Cerca de metade são crianças.
- - Três em cada quatro crianças não tinham serviço básico de lavagem das mãos na escola no início do surto; metade de todas as crianças não tinha serviço básico de água; e mais da metade não tinha serviço de saneamento básico.
O Unicef trabalha em todo o mundo para garantir que crianças e famílias tenham acesso a instalações adequadas para a lavagem das mãos
O acesso a serviços básicos de água e esgoto não está garantido em grande parte do Brasil – o que tem amplificado o impacto da pandemia de Covid-19 no País.
Dados do Programa Conjunto de Monitoramento da OMS e do Unicef para Saneamento e Higiene (JMP) indicam que 15 milhões de brasileiros residentes em áreas urbanas não têm acesso à água tratada.
Em áreas rurais, 25 milhões gozam apenas de um nível básico desses serviços, e 2,3 milhões usam fontes de água não seguras para consumo humano e higiene pessoal e doméstica.
A situação precária também se reflete nas escolas: de acordo com as estimativas do JMP, 39% não possuem serviços básicos para lavagem das mãos.
As desigualdades entre as regiões são tremendas. Apenas 19% das escolas públicas do Estado do Amazonas têm acesso ao abastecimento de água e alguns estados da Região Norte registram menos de 10% das escolas com acesso ao sistema público de esgoto.
Os dados sobre o acesso às instalações de lavagem das mãos vêm dos relatórios do Programa Conjunto de Monitoramento do UNICEF e da Organização Mundial da Saúde (OMS) para Saneamento e Higiene.
Fonte: ONU/Brasil