Saúde

Edição: Hugo Julião
11:27
16/10/2020

3 bilhões de pessoas não têm instalações para lavar as mãos em casa, diz Unicef

Embora lavar as mãos com sabão seja fundamental na luta contra doenças infecciosas, incluindo a COVID-19, bilhões de pessoas em todo o mundo não têm acesso imediato a um local para lavar as mãos, disse o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef  no Dia Mundial de Lavagem das Mãos, que ocorreu ontem (15).

"A pandemia destacou o papel essencial da higiene das mãos na prevenção de doenças.

Também enfatizou um problema preexistente para muitos: lavar as mãos com sabão continua fora do alcance de milhões de crianças nos lugares onde nasceram, vivem e aprendem", disse Kelly Ann Naylor, diretora associada de Água, Saneamento e Higiene da entidade.

Menina lava as mãos em uma escola primária na República Democrática do Congo (Foto: Tremeau/Unicef)

Veja as últimas estimativas:

  • - Apenas três em cada cinco pessoas em todo o mundo têm instalações básicas para a lavagem das mãos.
  •  
  • - Três bilhões de pessoas, ou 40% da população mundial, não têm lavatórios com água e sabão em casa.
  •  
  • - Quase três quartos das pessoas nos países menos desenvolvidos não têm instalações básicas para lavar as mãos em casa.
  •  
  • - 43% das escolas não tinham instalações para lavar as mãos com água e sabão, afetando 818 milhões de crianças em idade escolar.
  •  
  • - Nos países menos desenvolvidos, sete em cada dez escolas não têm lugar para as crianças lavarem as mãos com água e sabão.
  •  
  •  - Nos 60 países identificados como de maior risco de crises de saúde e humanitárias devido ao vírus:
    •             - Duas em cada três pessoas – 1 bilhão de pessoas no total – não têm instalações básicas para lavar as mãos com água e sabão em casa. Cerca de metade são crianças.
    •             - Três em cada quatro crianças não tinham serviço básico de lavagem das mãos na escola no início do surto; metade de todas as crianças não tinha serviço básico de água; e mais da metade não tinha serviço de saneamento básico.
    •  
  • - Na África ao sul do Saara, 63% das pessoas nas áreas urbanas, ou 258 milhões de pessoas, não têm acesso à lavagem das mãos. Cerca de 47% dos sul-africanos urbanos, por exemplo, ou 18 milhões de pessoas, não têm instalações básicas para lavar as mãos em casa, sendo os habitantes urbanos mais ricos quase 12 vezes mais propensos a ter acesso a instalações para lavar as mãos.
  •  
  • - Na Ásia Central e Meridional, 22% das pessoas nas áreas urbanas, ou 153 milhões de pessoas, não têm acesso à lavagem das mãos. Por exemplo, quase 50% dos bengalis urbanos, ou 29 milhões de pessoas, e 20% dos indianos urbanos, ou 91 milhões, não têm instalações básicas para lavar as mãos em casa.
  •  

O Unicef trabalha em todo o mundo para garantir que crianças e famílias tenham acesso a instalações adequadas para a lavagem das mãos

O acesso a serviços básicos de água e esgoto não está garantido em grande parte do Brasil – o que tem amplificado o impacto da pandemia de Covid-19 no País.

Dados do Programa Conjunto de Monitoramento da OMS e do Unicef para Saneamento e Higiene (JMP) indicam que 15 milhões de brasileiros residentes em áreas urbanas não têm acesso à água tratada.

Em áreas rurais, 25 milhões gozam apenas de um nível básico desses serviços, e 2,3 milhões usam fontes de água não seguras para consumo humano e higiene pessoal e doméstica.

A situação precária também se reflete nas escolas: de acordo com as estimativas do JMP, 39% não possuem serviços básicos para lavagem das mãos.

As desigualdades entre as regiões são tremendas. Apenas 19% das escolas públicas do Estado do Amazonas têm acesso ao abastecimento de água e alguns estados da Região Norte registram menos de 10% das escolas com acesso ao sistema público de esgoto.

Os dados sobre o acesso às instalações de lavagem das mãos vêm dos relatórios do Programa Conjunto de Monitoramento do UNICEF e da Organização Mundial da Saúde (OMS) para Saneamento e Higiene

Fonte: ONU/Brasil

Compartilhe