O acesso aos meios de transporte particular é uma questão de gênero no Brasil.
Das quase 74 milhões de carteiras de motorista (CNH) válidas em 2019, mais de dois terços (65%) pertenciam a homens.
Mesma regra vale para os aplicativos de transporte.
Pâmela Vaiano, Diretora de Relações Públicas da 99
Na empresa de tecnologia 99, por exemplo, só 5% dos motoristas são mulheres.
Entre os passageiros é o contrário: 60% são mulheres, conta Pâmela Vaiano, diretora da companhia.
Para garantir segurança a esse público, a empresa investe em ferramentas de inteligência artificial
Um dos algoritmos rastreia 87% dos comentários deixados na plataforma pelos passageiros depois das corridas e procura em um banco de dados de 1.020 palavras aqueles que podem indicar importunação sexual.
O rastreador identifica os termos e o contexto pela análise da semântica das palavras antes ou depois do termo ofensivo.
O rastreador automático foi desenvolvido em parceria com a consultoria Think Eva, um braço da organização feminista Think Olga.
Ele conseguiu reduzir em 23% as ocorrências de assédio na plataforma, por milhão de corridas, no primeiro semestre de 2020, em comparação com 2019.
“A cada dois minutos uma mulher sofre violência no Brasil, e a plataforma de transporte sofre o reflexo dessa prática, por isso esperamos aumento das denúncias por conta da subnotificação”, diz a executiva.
Fonte: 99