Turismo de aventura: Brasil subaproveita potencial

O Brasil, com sua extensa faixa litorânea de 8,5 mil quilômetros e clima tropical, é visto como um território fértil para o turismo de aventura e esportivo.

No Dia Mundial do Turismo, especialistas ouvidos pela Agência Brasil reforçam que o país, apesar de seu vasto potencial, ainda não explorou completamente o segmento de turismo de natureza, o qual abrange o ecoturismo e o turismo de aventura.

Infraestrutura e divulgação: desafios a serem superados

Vinicius Viegas, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Turismo de Aventura (Abeta), destaca a necessidade de melhorar a infraestrutura receptiva e a promoção dos atrativos naturais do país.

• Ele testemunha o interesse crescente pelo turismo de natureza, mas lamenta que o aumento na procura ainda está muito aquém do potencial brasileiro, citando a falta de estratégias de divulgação eficazes.
• Viegas, também montanhista e proprietário de uma agência de viagens especializada, cita como exemplo a Rota das Emoções, que interliga os estados do Ceará, Piauí e Maranhão, a qual tem atraído kitesurfistas do mundo todo, evidenciando a competição com outros destinos turísticos globais.

A segurança como fator crucial para o avanço do setor

Para se destacar em um mercado global, o especialista enfatiza a importância de transmitir segurança aos visitantes, além de melhorar a infraestrutura de transporte, acomodações, e enfrentar barreiras linguísticas.

Ana Clevia Guerreiro, coordenadora de Turismo do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), concorda com a necessidade de uma estratégia integrada que promova o Brasil como um destino de turismo de aventura e esportivo no exterior.

O poder do esporte na promoção turística

No cenário esportivo, atletas brasileiros têm desempenhado papel crucial na promoção do país como destino turístico.

A sete vezes campeã mundial de kitesurf, Mikaili Sol (CE), o tetracampeão Carlos Mário “Bebê” (CE) e a tricampeã Bruna Kajiya (SP) têm propagado a excelência das condições brasileiras para a prática do esporte.

O surfe é outra modalidade que projeta o Brasil no exterior, com quatro surfistas brasileiros conquistando sete dos nove títulos mundiais disputados entre 2014 e 2023.

• Gabriel Medina, Adriano de Souza “Mineirinho”, Ítalo Ferreira e Filipe Toledo têm milhões de seguidores nas redes sociais, propagando as belezas e as condições favoráveis das praias brasileiras para fãs do esporte ao redor do mundo.

À espera de uma estratégia integrada

A Secretária do Turismo do Ceará, Yrwana Albuquerque Guerra, reforça que é hora de o Brasil se afirmar como um destino propício para esportes de ação e ecoturismo.

O Ceará é apontado como exemplo na promoção de esportes de ação, como o kitesurf, mostrando o caminho para outras regiões do país seguirem.

A necessidade de uma abordagem integrada e estratégica é um consenso entre os especialistas, que veem no turismo de aventura e esportivo uma oportunidade valiosa para o Brasil se posicionar de forma competitiva no cenário turístico global.

Com informações da Agência Brasil