Variedades

Da redação
18:08
09/11/2021

Sem preconceito: pole dance ganha mais espaço nas academias

O pole dance entrou na vida de Mi Monteiro como uma brincadeira.

Ela tinha 41 anos quando viu uma barra em uma sex shop. Sentiu curiosidade e decidiu experimentar.

Oito anos se passaram e hoje ela é, além de professora, responsável, junto com a sócia Mari Kohara, pelo M2 Pole Studio.

O espaço é o primeiro licenciado da marca Ultra, da professora e empresária Vanessa Costa, fundadora da Federação Brasileira de Pole Dance.

Começou a funcionar em outubro, na Barra, dentro da academia KS, na Avenida Armando Lombardi, e já tem 15 turmas (com no máximo cinco alunas cada) de níveis básico, intermediário e avançado.

As aulas, oferecidas de manhã, à tarde e à noite, duram uma hora e meia.

Vanessa Costa (à esquerda), fundadora da Federação Brasileira de Pole Dance, a aluna Marina Valadão e a professora Mi Monteiro em ação
Foto: FarnesioRodrigues / Divulgação /Farnesio Rodrigues

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"Fiz diversas atividades físicas, mas não era amante de nenhuma. Com o pole, foi desafiador.

Comecei a trabalhar músculos que nem sabia que existiam.

E superei a timidez. Nunca me imaginei me apresentando ou dando aulas". Conta Mi Monteiro.

Fisicamente, ela também sentiu mudanças.

"Os braços, as costas, as pernas e o abdômen ficam muito mais definidos. E o corpo, no geral, ganha tônus muscular". explica Mi. "Também me vejo mais feminina, mesmo praticando um pole dance acrobático".

Uma de suas alunas é Marina Valadão, de 33 anos, técnica de nado artístico do Flamengo.

Na infância, ela fez aulas de balé e sapateado. Adulta, se aventurou no surfe.

Em 2017, chegou ao pole dance, e conta que os exercícios a ajudaram a ter mais flexibilidade e força, principalmente nos braços.

Era algo que eu não tinha, pois meus movimentos se concentravam mais nas pernas, por causa da dança.

Também melhorei em resistência, coordenação motora e capacidade aeróbica.

Antes fazia três movimentos e ficava ofegante.

Hoje consigo até bater papo de cabeça para baixo". Brinca Marina.

Aula inaugural: KS já tem 15 turmas da modalidade/Foto: divulgação

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Recém-iniciada no pole dance, a gerente comercial Bianca Mota, de 46 anos, conta que começou a praticar depois que a filha, Beatriz, marcou uma aula experimental para as duas no M2.

"Pedalo, nado e corro, mas nunca tinha feito nada que trabalhasse meus músculos de forma tão completa.

Noto principalmente uma resistência maior nos membros superiores".

Conta Bianca, que, até agora, fez três aulas.

"Cada vez que prendo a coxa na barra, caio.

Mas é um exercício que quebra barreiras.

Nunca achei que sustentaria meu corpo com o antebraço, por exemplo".

Para a francesa Laura Wajnberg, de 27 anos, o pole dance foi a chance de voltar a se exercitar.

"Patinei por 12 anos.

Um dia, torci o joelho e, quando me recuperei, tive medo de voltar e optei pelo pole dance.

Uma colega de trabalho fazia, e vi como o corpo dela foi mudando". Conta.

Contra o preconceito

Muitas vezes associado à prostituição e a clubes de strip tease, o pole dance carrega em sua prática um certo preconceito.

Foi com o intuito de desmistificá-lo que a empresária Vanessa Costa criou a Federação Brasileira de Pole Dance, em 2009.

"A ideia era que mais pessoas tivessem acesso ao melhor da modalidade.

À medida que mais pessoas se informam, mais a prática se populariza.

Acredito que todo preconceito vem da desinformação.

Ele ainda existe, sim, embora seja menor.

Trabalho para que as pessoas vejam os benefícios da prática em vez de classificá-la como uma atividade sensual, praticada apenas por diversão.

A maior parte das nossas alunas procura algo que deixe o corpo em forma e proporcione bem-estar.

Mas elas não querem as atividades comuns do dia a dia, como a musculação". Diz Vanessa Costa.

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