30/06/2021 10:37

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Uma máscara facial criada por engenheiros da Universidade de Harvard e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), ambas dos EUA, detecta se o usuário está contaminado pelo novo coronavírus em cerca de 90 minutos.

O teste de alta precisão e baixo custo pode ser adaptado para indicar variantes ou outros patógenos, como bactérias e toxinas, conforme os pesquisadores. 

A parte interna da máscara de papel é revestida por biossensores capazes de detectar partículas do Sars-Cov-2 por meio do hálito e da respiração (Foto: Wyss Institute at Harvard University/Divulgação)

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Para realizar a testagem, o usuário deve primeiro utilizar a máscara por um tempo médio de 15 a 30 minutos.

Após esse período, pressiona um botão no exterior do equipamento e, em cerca de uma hora e meia, os resultados aparecem na face interna da máscara.

A interpretação é semelhante à leitura de um teste de gravidez: uma primeira linha de controle e uma segunda que, caso preenchida, indica contaminação. 

Diagrama ilustra os resultados possíveis na máscara facial wFDCF.

O mercanismo é semelhante ao utilizado em testes domésticos de gravidez (Foto: Wyss Institute at Harvard University/Divulgação)

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Um artigo publicado na revista Nature Biotechnology, nessa segunda-feira, 28, fornece mais detalhes sobre a invenção.

A parte interna da máscara de papel é revestida por biossensores capazes de detectar partículas virais por meio do hálito e da respiração. 

"Para cada pessoa que tem essa máscara facial de diagnóstico, você não apenas evita que o vírus se espalhe, mas também consegue identificá-lo de forma relativamente rápida", disse o pesquisador Peter Nguyen, cientista do Harvard Wyss Institute.

Os engenheiros responsáveis afirmam que a tecnologia tem sensibilidade comparável aos testes PCR padrão-ouro (moleculares) mas com a vantagem do tempo - exames PCR demoram para ter os resultados divulgados.

Outro atrativo está relacionado ao baixo custo para produção do dispositivo. Sem levar em conta a embalagem, foram necessários US$ 5 para produção do protótipo, o equivalente a cerca de R$ 25. 

Além disso, o engenheiro Luis Soenksen, pesquisador da Clínica Abdul Latif Jameel do MIT, afirma que a tecnologia oferece múltiplas possibilidades de formato.

Segundo o cientista, ela pode ser incorporada, por exemplo, a trajes militares com objetivo de detectar agentes químicos nocivos ou a jalecos de laboratório para alertar sobre a presença de superbactérias. 

A máscara facial wFDCF fornece resultados em cerca de 90 minutos (Foto: Wyss Institute at Harvard University/Divulgação)

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A equipe já entrou com pedido de patente e procura parceiros comerciais para produção em larga escala.

Ainda que não seja uma realidade até o final da pandemia atual, os pesquisadores acreditam que a invenção pode impedir o desenvolvimento de outras crises sanitárias no futuro.

"Ao levar o laboratório até as pessoas, você pode obter uma resolução muito maior de quão rapidamente elas estão sendo infectadas", opina Nguyen.

A pesquisa foi financiada pelo setor de inovação da Johnson & Johnson, o Grupo de Fronteiras Paul G. Allen e a Agência de Redução de Ameaças de Defesa, do governo americano, além de fundações ligadas às instituições participantes. 
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