Ciência & Tecnologia

Da redação
09:51
20/10/2021

Os sons de Marte: ouça áudios captados pelo robô Perseverance no planeta

Após oito meses em solo marciano, o rover Perseverance, da Nasa, já gravou cerca de cinco horas de áudios enviados à Terra.

A captação é feita por dois microfones acoplados ao robô.

Do que já chegou aos cientistas, há registros de rajadas de vento, das rodas do Perseverance passando por cascalhos e sons dos motores enquanto o robô move seus braços para realizar coletas ou gravações.

Todos os áudios possibilitam aos cientistas e engenheiros da Nasa estudarem e conhecerem mais a fundo o planeta vermelho.

"É como se você estivesse realmente parado lá", afirma Baptiste Chide, cientista planetária que se dedica a escutar os dados dos microfones no IRAP (Instituto de Pesquisa em Astrofísica e Planetologia), na França.


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Ela explica que os sons marcianos possuem vibrações graves.

Por isso, é recomendado que se escute com fones de ouvido, pois, segundo ela, você pode "realmente senti-los".

"Acho que os microfones serão um ativo importante para a ciência futura de Marte e do Sistema Solar".

O rover da Nasa é a primeira nave espacial a conseguir gravar o som de Marte usando microfones dedicados disponíveis comercialmente.

Eles foram fornecidos pelo JPL (Laboratório de Propulsão a Jato) da Nasa, no sul da Califórnia (EUA), pelo LANL (Laboratório Nacional de Los Alamos), no Novo México (EUA), e por um consórcio de laboratórios franceses.

Em 18 de fevereiro, quando fez o pouso no planeta vermelho, os cientistas que acompanham a missão afirmaram ter vivido "sete minutos de terror", pelo risco e delicadeza da ação.

O Perseverance deve permanecer na missão por, pelo menos, um ano marciano, cerca de 687 dias terrestres (um ano, 10 meses e 18 dias).

A ideia é encontrar vestígios da astrobiologia, incluindo a busca de sinais de vida microbiana antiga.

Recentemente, o robô confirmou sinais de um lago no planeta. Suas descobertas sobre a geologia e o clima passado no local permitirão abrir caminho para a exploração humana nas próximas décadas.

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