Economia & Negócios

Edição: Hugo Julião
16:18
22/05/2021

A calamidade do setor de eventos

Segundo levantamento realizado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas (Sebrae) em fevereiro deste ano, o setor registrou prejuízo de R$ 270 bilhões entre março e dezembro de 2020, fruto das medidas de restrição.

O segmento representa 13% do Produto Interno Bruto (PIB) e possui 60 mil empresas que dependem diretamente da realização de eventos para funcionar, além de 2 milhões de microempresários.
 


Antes da crise sanitária, o mercado gerava 8 milhões de postos de trabalho. Em decorrência do confinamento, mais de 3 milhões de pessoas ficaram desempregadas, de acordo com o Sebrae.

O ramo deixou de faturar, ao menos, R$ 90 bilhões.

(Flickr)

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Conforme a mais recente pesquisa da Associação Brasileira dos Promotores de Eventos (Abrape), até fevereiro deste ano, mais de 350 mil eventos deixaram de ser realizados em 2020, entre shows, festas, congressos, rodeios, eventos esportivos, teatro, entre outros.

Cerca de 40% das empresas mudaram o modelo do negócio, enquanto 60% encerraram as atividades. Surpreendentes 95% tiveram queda brusca de receita.

O ramo deixou de faturar, ao menos, R$ 90 bilhões, constatou Doreni Caramori, presidente da Abrape.

De acordo com ele, um terço das empresas em atividade terá muita dificuldade para reabrir durante a flexibilização das medidas de isolamento.

(Reprodução/Rede TV)

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Para reaquecer o setor, estamos trabalhando em duas frentes:

(1) buscar soluções de modo a manter o capital de giro das empresas e, para isso, é importante ter crédito, redução de impostos, parcelamentos, entre outras coisas;

(2) ao conseguir isso, queremos gerar margem, com a finalidade de que as companhias consigam pagar o endividamento absorvido durante a crise, quando elas voltarem. Temos trabalhado muito no contexto de isenção fiscal”, explicou Doreni.

O presidente da Abrape comemorou o pacote de socorro ao setor de eventos, sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro em 3 de maio deste ano.

As medidas incluem renegociação de dívidas tributárias e o direcionamento de 20% dos recursos do Programa de Crédito a Micro e Pequenas Empresas, o Pronampe, além de destinar entre R$ 500 milhões e R$ 1 bilhão do Fundo Garantidor para Investimentos aos afetados.

Segundo o secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia, Carlos da Costa, entre 10 milhões e 20 milhões de famílias poderão ser alcançadas pela iniciativa.

 

O secretário de Produtividade, Emprego e Competitividade, Carlos da Costa (Tânia Rêgo/Ag.Brasil)

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Depois da implementação desse pacote, o governo ainda vai precisar regulamentar, rapidamente, os itens sancionados e apresentar as medidas de complemento prometidas”, ressalvou Doreni.

Para ele, o principal foi a aprovação das linhas de crédito.

“Veio em boa hora. Muitas empresas estavam pegando dinheiro do caixa para pagar os tributos. Acho que as medidas vão dar fôlego para o empreendedor”, disse.

“Minhas expectativas para o futuro são boas. O setor de eventos tem potencial de crescimento rápido. Há um desejo enorme pela retomada do setor tanto dos empresários, quanto dos brasileiros.”

Com informações da Revista Oeste

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