Mais de 4 milhões de companhias estrearam no ano passado, um recorde da série iniciada em 1931, revela o Mapa de Empresas do Ministério da Economia.
Isso representa um avanço de 20%, ou 670 mil novas empresas formais, em relação ao resultado de 2020.
“Por esses números, parece que o Brasil virou um celeiro de empreendedores”, afirma o economista Luiz Rabi, da Serasa Experian.
Os números a que ele faz referência são os da Serasa.
A Serasa também apura um indicador de nascimento de empresas cujos resultados são muito próximos dos dados do governo federal.
Mas, na avaliação de Rabi e do economista Bruno Imaizumi, da LCA Consultores, o que realmente vem impulsionando a abertura de empresas no país é a fraqueza do mercado de trabalho para gerar vagas formais, com carteira assinada.
Faz tempo que os brasileiros convivem com uma taxa de desemprego elevada.
Desde de 2016, a desocupação tem ficado acima de 10% a cada trimestre, aponta o IBGE.
No primeiro trimestre de 2021, beirou 15% e, de lá para cá, veio caindo.
Mesmo assim, no trimestre encerrado em janeiro, o último dado disponível, o desemprego ficou em 11,2%.
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Em oposição ao "empreendendorismo de oportunidade", o avanço do “empreendedorismo de necessidade” é nítido tanto nos dados de abertura de empresas da Serasa como na pesquisa do governo federal.
Em ambos os levantamentos, a maior parte das companhias abertas é de uma pessoa só ou, no máximo, com mais um funcionário.
De cada dez empresas que iniciaram atividades no ano passado, quase oito foram Microempreendedores Individuais (MEIs).
É bom lembrar que essa modalidade de empresa teve também a abertura muito facilitada pela redução da burocracia, o que pode ter ajudado a engrossar esse movimento.
Os MEIs, cujo limite de faturamento anual é de R$ 81 mil, somaram 3,2 milhões de novos CNPJs no ano passado, segundo a Serasa.
Com informações do Estadão