Economia & Negócios

Edição: Hugo Julião
11:36
08/12/2020

Estudo mostra em qual idade somos mais inteligentes

Em qual idade somos mais inteligentes? Um grupo de cientistas alemães analisou mais de 24 mil jogos de xadrez, disputados em torneios profissionais ao longo de 125 anos, para conseguir essa resposta.

A equipe de pesquisa, liderada  por Uwe Sunde, professor de economia da Universidade Ludwig Maximilian, localizada em Munique, Alemanha, concluiu que os humanos atingem seu pico cognitivo por volta dos 35 anos de idade.

Após esse apogeu, as habilidades cognitivas tendem a abaixar após os 45 anos.

O desempenho individual aumenta drasticamente até o início dos anos 20 e, em seguida, atinge um platô, com pico em torno dos 35 anos e declínio sustentado nas idades mais avançadas”, dizem os autores do estudo, conforme destacou o Fórum Econômico Mundial.

Apesar de nossas tarefas diárias, como as do trabalho, por exemplo, se tornarem cada vez mais complexas com o passar da nossa vida, pouco se sabe como nossas habilidades cognitivas evoluem para acompanhar essa demanda cada vez maior de inteligência.

Entender esse processo foi um dos enfoques dos pesquisadores. 



O estudo analisou torneios de xadrez profissional entre os anos de 1890 e 2014.

Juntos, eles registraram mais de 1,6 milhão de jogadas realizadas.

Ao comparar os movimentos humanos realizados em tais jogadas com os movimentos ideais que um computador faria, os pesquisadores foram capazes de mapear como o desempenho cognitivo de um jogador mudou à medida que ele envelhecia.


 

Com esses dados, é possivel metrificar o desempenho dos jogadores conforme eles envelhecem.

Os pesquisadores também conseguiram ver como era a dinâmica dessas habilidades cognitivas de acordo com cada faixa etária.

No total, foram observados 4.2 mil jogadores, sendo 20 campeões mundiais e 4.274 adversários.

Além de identificar em qual fase de nossa vida somos mais inteligentes, os cientistas alemães também descobriram que nossas habilidades cognitivas hoje são muito maiores que as de nossos ancestrais.

No estudo, foram analisados todos os campeões mundiais de xadrez, desde o primeiro campeão mundial geralmente aceito, Wilhelm Steinitz (que viveu entre 1836 a 1900) até Magnus Carlsen (nascido em 1990 e campeão mundial desde 2013)

Jogadores nascidos após a década de 1970 mostraram capacidade cognitiva média, em torno de 8% maior do que jogadores nascidos por volta de 1870.

"Nossos resultados sugerem que as condições em que as pessoas crescem hoje em dia - o que certamente inclui o rápido crescimento da tecnologia digital - têm um impacto decisivo no desenvolvimento de suas habilidades cognitivas", diz Uwe Sunde.

Os dados também mostraram que o desempenho dos jogadores aumentou de forma constante ao longo do século 20.

Entretanto, um pico de crescimento foi identificado durante a década de 1990.

Fato que, segundo os autores, corrobora com a ideia de que as novas tecnologias estão nos deixando mais inteligentes.

 “Isso coincide com uma fase em que a nova tecnologia da informação e a disponibilidade de motores de xadrez poderosos e acessíveis em computadores domésticos tornaram o conhecimento específico do xadrez amplamente disponível e mudou drasticamente as possibilidades de preparação dos jogadores”, dizem os autores.

O rápido crescimento tecnológico não está afetando apenas nossas habilidades cognitivas, mas também está moldando o futuro do trabalho.

O pensamento crítico e a capacidade de resolver problemas estão entre as principais habilidades que devem tomar conta do mercado de trabalho até 2025.

Fonte: Época Negócios


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