08/03/2022 09:49

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Um estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT) traz dados pouco animadores: existem hoje na América Latina e Caribe 4 milhões de mulheres que não conseguiram retornar ao trabalho depois da pandemia.

“Na semana em que celebramos o Dia Internacional da Mulher, é preciso lembrar o quanto a crise gerada pela pandemia agravou a questão da disparidade de gênero no mercado de trabalho”.

A afirmação é de Sandra Boccia (@sandraboccia), diretora editorial da revista Época Negócios, durante o Boletim Bolsa de Valores, na rádio CBN.

Reprodução/Internet

A taxa de desocupação na região chegou a 16,4% das mulheres, segundo o relatório da OIT.

O grande problema, lembra a diretora, é que a crise sanitária teve um impacto maior sobre as mulheres do que sobre os homens.

Esse desnível fará com que elas tenham mais dificuldade para conquistar a sua independência financeira”, diz Sandra.

E, sem independência financeira, elas ficam mais vulneráveis, em todos os sentidos.”

 

Os números mostram bem a gravidade da situação:

Dos 23,6 milhões de postos de trabalho perdidos pelas mulheres no pior momento da crise, no segundo trimestre de 2020, cerca de 4,2 milhões ainda não haviam sido recuperados até o final de 2021.

 

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No caso dos homens, porém, praticamente todos os 26 milhões de empregos foram recuperados no mesmo período.

Há várias razões para isso.

As medidas de isolamento social tiveram maior impacto nos setores de varejo, restaurantes, hotelaria, turismo e lazer.

E é justamente nesses setores que existe uma maior concentração da mão de obra feminina.

Então é claro que o impacto acabou sendo maior para elas”, diz Sandra.


As restrições impostas durante a pandemia também afetaram mais as micro pequenas e médias empresas - onde as mulheres são maioria.

Em nota técnica, a OIT apontou que os governos devem redobrar os esforços para recuperar o terreno perdido pelas mulheres e gerar melhores oportunidades de trabalho.

“O que nós esperamos dos governantes é que a questão de gênero passe a fazer parte da elaboração e da aplicação de todos os programas e políticas públicas”, diz a diretora.

Só assim as nações latino-americanas terão motivos reais para celebrar o próximo dia 8 de março.”

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