As usinas nucleares e a gás natural podem ser consideradas como produtoras de "energia verde", segundo controversos planos da União Europeia que foram apresentados na última semana.
A Comissão Europeia declarou ter decidido que ambos os tipos de energia podem ser classificados como um "investimento sustentável" se cumprirem certas metas.
A medida, contudo, dividiu os países do bloco e foi ferozmente combatida por alguns membros.
O chanceler da Áustria, Karl Nehammer, respondeu à notícia dizendo que "a energia nuclear não é verde e nem sustentável".
O chanceler acrescentou que apoiaria sua ministra do Meio Ambiente, Leonore Gewessler, no acionamento do Tribunal de Justiça Europeu caso os planos sigam adiante.
"Esta decisão é errada", declarou Gewessler.
"A Comissão da UE aprovou hoje seu programa de greenwashing (algo como "lavagem verde", expressão que indica forjar uma aparência ambientalmente correta em produtos e ações) para a energia nuclear e para o gás natural."
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Luxemburgo também disse que se juntaria a uma ação legal.
A Espanha foi outro país que se opôs fortemente à decisão, que foi formulada durante meses de debate até ser formalmente apresentada na quarta-feira (2/2).
As objeções, entretanto, têm como contraponto o apoio de membros da UE que usam de forma intensiva a energia nuclear, como a França.
A modalidade libera menos emissões de carbono, mas traz diferentes preocupações relativas à segurança e requer a eliminação de resíduos perigosos.
Por outro lado, classificar o gás natural como "sustentável" é algo defendido por aqueles que dizem que isso seria um incentivo para países ainda dependentes do carvão.
Esse é o caso, por exemplo, da Polônia que, com essa classificação, poderia migrar gradativamente para formas mais limpas de energia.
A Alemanha é um país que tem forte dependência do gás em sua própria matriz energética. No entanto, sua ministra do Meio Ambiente, Steffi Lemke, tem criticado os planos recém-anunciados do bloco.
A decisão de rotular ambas as indústrias controversas como "verdes" ainda não é definitiva.
Além da ameaça de ação legal da Áustria e de Luxemburgo, o Parlamento Europeu e o conselho de chefes de Estado têm quatro meses para considerar a proposta e, eventualmente, contestá-la.
Com informações da RFI/AFP