O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil fechou o ano passado com baixa de 4,1% totalizando R$ 7,4 trilhões.
Esse foi o maior recuo anual da série iniciada em 1996. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (3) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A queda do PIB em 2020 interrompeu o crescimento de três anos seguidos, de 2017 a 2019, quando acumulou alta de 4,6%.
O PIB per capita alcançou R$ 35.172 no ano passado, recuo recorde de 4,8%.
Em 2020, os serviços encolheram 4,5% e a indústria, 3,5%. Somados, esses dois setores representam 95% da economia nacional. Por outro lado, a agropecuária cresceu 2,0%.
Nos serviços, o menor resultado veio de outras atividades de serviços (-12,1%), que são os restaurantes, academias, hotéis.
Já atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (4,0%) e as atividades imobiliárias (2,5%) avançaram em 2020.
Na indústria (-3,5%), o destaque negativo foi o desempenho da construção (-7,0%), que voltou a cair depois da alta de 1,5% em 2019.
Também apresentaram queda as indústrias de transformação (-4,3%), influenciadas pelo recuo na fabricação de veículos automotores, outros equipamentos de transporte, confecção de vestuário e metalurgia.
A agropecuária cresceu, no ano, 2,0%, puxada pela soja (7,1%) e o café (24,4%), que alcançaram produções recordes na série histórica.
Por outro lado, algumas lavouras registraram variação negativa na estimativa de produção anual, como, por exemplo, laranja (-10,6%) e fumo (-8,4%).
Pelo lado da demanda, todos os componentes recuaram em 2020, na comparação com o ano anterior.
O consumo das famílias teve o menor resultado da série histórica (-5,5%).
Isso pode ser explicado principalmente pela piora no mercado de trabalho e a necessidade de distanciamento social.
A queda no consumo do governo também foi recorde (-4,7%), e pode ser ilustrada pelo fechamento de escolas, universidades, museus e parques ao longo do ano.
A balança de bens e serviços registrou queda de 10,0% nas importações e 1,8% nas exportações.