Onze Organizações não Governamentais (ONGs) alertaram hoje (5) para a catástrofe alimentar na África Ocidental, com 27 milhões de pessoas passando fome.
Mais 11 milhões poderão se juntar a esse número nos próximos três meses.
Foto: ONU / Ilyas Ahmed
"A África Ocidental é atingida pela pior crise alimentar da última década, com 27 milhões de pessoas passando fome, número que pode subir para 38 milhões até junho.
É um novo nível histórico, representando aumento de mais de um terço em relação ao último ano, a não ser que sejam tomadas medidas urgentes",diz comunicado assinado pelas organizações, entre elas Oxfam, Action Against Hunger, Save the Children, Care International, Comité de Resgate Internacional (IRC) e o Conselho de Refugiados da Noruega.
O alerta é feito na véspera da Conferência Virtual sobre a Crise Alimentar e Nutritiva na região do Sahel e do Lago Chade, organizada pela União Europeia e pelo Clube do Sahel e da África Ocidental.
"Na última década, em vez de diminuírem, as crises alimentares têm aumentado na região da África Ocidental, incluindo Burkina Faso, Níger, Chade, Mali e Nigéria.
De 2015 a 2022, o número de pessoas que necessitam de assistência alimentar urgente quase quadruplicou, passando de 7 milhões para 27 milhões", afirma a nota..
Citado no texto, o diretor para a África Ocidental e Central da ONG Save the Children, Philippe Adapoe, diz que a situação está forçando centenas de milhares de pessoas a mudarem de local e viverem em famílias de acolhimento que já estão, elas próprias, em dificuldades.
"Não há comida suficiente, quanto mais comida nutritiva para as crianças".
Foto: Yasuyoshi Chiba/AFP
As Nações Unidas estimam que 6,3 milhões de crianças entre cinco meses e nove meses ficarão severamente subtridas este ano.
No ano passado, 4,9 milhões de crianças já tinham problemas de subnutrição.
Além das secas e seu efeito na vida animal e nas colheitas, as principais fontes de rendimento da maior parte da população nessa região africana, a crise na Europa gera forte queda na ajuda internacional para a África.
"Muitos doadores já indicaram que podem fazer cortes no financiamento à África; por exemplo, a Dinamarca anunciou que vai adiar parte da sua ajuda bilateral ao desenvolvimento ao Burkina Faso (50% em 2022) e ao Mali (40% em 2022), para financiar o acolhimento de pessoas que fugiram de suas casas na Ucrânia", acrescenta o comunicado.
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A declaração foi feita nessa segunda-feira (4) em evento de lançamento da Plataforma da CUT para as Eleições 2022, na sede central, em São Paulo.
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A região da África Ocidental, de acordo com as Nações Unidas, inclui 16 países:
Benim, Burkina Faso, Cabo Verde, Gâmbia, Gana, Guiné-Conacri, Guiné-Bissau, Costa do Marfim, Libéria, Mali, Mauritânia, Níger, Nigéria, Senegal, Serra Leoa e Togo.
As 11 organizações não governamentais que assinam o comunicado são:
a Oxfam, Action Against Hunger, Save the Children, Care International, Comitê de Resgate Internacional (IRC), Conselho da Noruega para os Refugiados (NRC), Aliança para a Ação Médica Internacional (ALIMA), Tearfund, World Vision (WV), Handicap International - Humanité & Inclusion e Mercy Corps.
Fonte: RTP