Casos de insegurança alimentar grave aumentaram em cinco vezes nos últimos sete anos, em porcentagem
Foto: Agência Brasil
De acordo com o relatório publicado nesta quarta-feira (12/7) pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), intitulado O Estado da Segurança Alimentar e Nutricional no Mundo 2023 (State of Food Security and Nutrition in the World - SOFI), aproximadamente 21,1 milhões de pessoas no Brasil enfrentaram graves dificuldades em relação à segurança alimentar no ano passado.
Esse número representa cerca de 10% da população total do país.
No último levantamento, feito entre 2014 e 2016, apenas 1,9% dos residentes no país se encontravam em situação grave, o que revela que a porcentagem de brasileiros passando fome praticamente quintuplicou nos últimos sete anos.
Entre as que sofreram insegurança alimentar grave ou moderada, esse dado chegou a 70,3 milhões no ano passado, ou 32,8% da população.
Para a FAO, os principais fatores que influenciaram nesse aumento expressivo da fome, tanto no Brasil, quanto no mundo, foram a pandemia de Covid-19 e, mais recentemente, a guerra na Ucrânia.
Ambos os eventos ainda causam problemas na produção e no abastecimento de alimentos em diversos países.
“Em um mundo de abundância, ninguém pode passar fome.
E ninguém pode sofrer a crueldade da desnutrição. Mas esses dados da pesquisa ‘The State of Food Security and Nutrition’, desenham uma imagem dura da nossa realidade”, afirmou, mais cedo, o secretário-geral da ONU, António Guterres, durante a apresentação do relatório em Roma.
Ainda de acordo com o estudo, 10,1 milhões de pessoas sofriam por desnutrição no Brasil, o que representa 4,7% de toda a população do país.
Em relação à América Latina, o Brasil possuiu mais da metade de todos os casos de crianças abaixo de 5 anos afetadas pela desnutrição.
Dos 700 mil casos registrados, 500 mil ocorreram em solo brasileiro.
Com informações do Correio Braziliense