02/04/2023 07:04

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O rei Charles III não teve sorte em suas primeiras viagens internacionais desde que assumiu o trono do Reino Unido.

Ambas foram marcadas pela onda de reivindicações sociais que vem tomando as ruas da Europa e que promete ganhar força também entre os britânicos.

Protesto contra a reforma previdenciária do governo em Paris // Foto: EPA/EFE

O primeiro destino do monarca deveria ter sido Paris, mas a visita foi cancelada às pressas depois da escalada de conflitos nos protestos contra a reforma da Previdência de Emmanuel Macron.

Na véspera da chegada de Charles à França, os atos tiveram forte presença de estudantes e de black blocs, sem contar o já tradicional mar de sindicalistas, e deixaram um rastro de fuligem e de destruição na capital francesa.

Maior greve dos transportes das últimas décadas paralisa a Alemanha // Foto: Reprodução

Na última quarta (29), Charles e a rainha-consorte, Camilla, foram então para Berlim, na Alemanha, dois dias após uma greve geral de trabalhadores dos transportes por aumento de salários frente à alta da inflação.

A paralisação tumultuou o dia dos alemães e envolveu transporte aéreo, terrestre e ferroviário.

O próprio Reino Unido enfrentou a maior greve da história de seu sistema de saúde, o NHS. No total, cerca de meio milhão de trabalhadores entraram em greve nos últimos meses.

Além disso, a Itália também teve que lidar com uma greve nacional que fechou os postos de gasolina do país em janeiro. São as quatro maiores economias da Europa, o que diz muito sobre a atual situação do continente.

Soma-se à quadra Portugal, que vem enfrentando paralisações de professores, de oficiais de Justiça e de trabalhadores do setor de transportes.

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Outras peças no tabuleiro fazem deste momento uma tempestade perfeita.

A inflação de 1% ao mês, antes impensável para a Europa, já é realidade mesmo em países notórios por sua estabilidade, como a Suécia.

Se, por um lado, a alta da inflação atua como incentivo para trabalhadores tomarem as ruas por melhores condições e salários, o efeito das paralisações provoca estragos em vários setores da economia.

Na França, entidades do setor hoteleiro de Paris acusam o cancelamento de 20% de suas reservas para o mês de abril por conta da turbulência social.

O setor de transporte aéreo também sofreu com os distúrbios.

Com informações da FSP

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