Nessa quarta-feira (2), o Parlamento da Nicarágua cancelou a personalidade jurídica dessas 14 instituições.
Dentre elas, está a Politécnica de Manágua, símbolo dos protestos que puseram em xeque o governo do presidente Daniel Ortega em 2018.
As outras instituições de ensino fechadas são:
Universidade Católica Agropecuária do Trópico (Ucatse);
Universidade Popular Nicaraguense (UPONIC),
Universidade Paulo Freire (UPF)
e a Universidade Nicaraguense de Estudos Humanitários (UNEH).
A medida também atingiu nove associações privadas.
Politécnica de Manágua foi o berço de protestos contra o governo em 2018 / Rodrigo Arangua / AFP
Segundo o Ministério do Governo, estas entidades, entre as quais estão várias ONGs, descumpriram e obstruíram a lei que rege o controle e a vigilância das associações civis sem fins lucrativos.
Isso, ainda de acordo com a pasta, promove a falta de transparência dos recursos que recebem.
Sem os informes correspondentes, continua o ministério, a autoridade não pode identificar quem são seu representante e seus associados, o que viola a lei.
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Segundo a líder estudantil Dolly Mora, o fechamento destas cinco universidades provocou a condenação dos estudantes, que "ficam no limbo" sobre a continuidade de sua formação.
Mora, que participou dos protestos de 2018, manifestou sua "indignação" com o fechamento das instituições de ensino e "de forma particular, da UPOLI, porque é um símbolo da resistência, da luta de abril".
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Em 2018, centenas de estudantes se entrincheiraram por quase dois meses nas salas de aula da UPOLI, sob o cerco da polícia que tentava desalojá-los, lembrou Mora.
"Há muita incerteza na universidade, os estudantes recebem isto como um golpe muito forte" , disse Mora, que foi expulsa da UPOLI em 2020, o que atribuiu a uma questão política.
O estatal Conselho Nacional de Universidades (CNU), órgão reitor do ensino superior, prometeu, por sua vez, garantir a continuidade acadêmica dos estudantes das universidades fechadas.
Mais de 80 organizações não governamentais vinculadas a atividades de promoção e defesa dos direitos humanos, saúde, educação, cultura, entre outras, foram declaradas ilegais no contexto da crise política que o país vive desde 2018.
Com informações da AFP