03/02/2022 16:36

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Nessa quarta-feira (2), o Parlamento da Nicarágua cancelou a personalidade jurídica dessas 14 instituições.

Dentre elas, está a Politécnica de Manágua, símbolo dos protestos que puseram em xeque o governo do presidente Daniel Ortega em 2018.

As outras instituições de ensino fechadas são:

Universidade Católica Agropecuária do Trópico (Ucatse);

Universidade Popular Nicaraguense (UPONIC),

Universidade Paulo Freire (UPF)

e a Universidade Nicaraguense de Estudos Humanitários (UNEH).

A medida também atingiu nove associações privadas.

Politécnica de Manágua foi o berço de protestos contra o governo em 2018 / Rodrigo Arangua / AFP

Segundo o Ministério do Governo, estas entidades, entre as quais estão várias ONGs, descumpriram e obstruíram a lei que rege o controle e a vigilância das associações civis sem fins lucrativos.

Isso, ainda de acordo com a pasta, promove a falta de transparência dos recursos que recebem.

Sem os informes correspondentes, continua o ministério, a autoridade não pode identificar quem são seu representante e seus associados, o que viola a lei.

 

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Segundo a líder estudantil Dolly Mora, o fechamento destas cinco universidades provocou a condenação dos estudantes, que "ficam no limbo" sobre a continuidade de sua formação.

Mora, que participou dos protestos de 2018, manifestou sua "indignação" com o fechamento das instituições de ensino e "de forma particular, da UPOLI, porque é um símbolo da resistência, da luta de abril".

 

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Em 2018, centenas de estudantes se entrincheiraram por quase dois meses nas salas de aula da UPOLI, sob o cerco da polícia que tentava desalojá-los, lembrou Mora.

"Há muita incerteza na universidade, os estudantes recebem isto como um golpe muito forte" , disse Mora, que foi expulsa da UPOLI em 2020, o que atribuiu a uma questão política.

O estatal Conselho Nacional de Universidades (CNU), órgão reitor do ensino superior, prometeu, por sua vez, garantir a continuidade acadêmica dos estudantes das universidades fechadas.

Mais de 80 organizações não governamentais vinculadas a atividades de promoção e defesa dos direitos humanos, saúde, educação, cultura, entre outras, foram declaradas ilegais no contexto da crise política que o país vive desde 2018.

 

Com informações da AFP

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