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Edição: Hugo Julião
11:34
29/01/2022

Documento mostra que charutos foram garantia de Cuba ao BNDES

Documentos obtidos pela CNN confirmam a acusação feita pelo presidente do BNDES, Gustavo Montezano, de que o Brasil aceitou charutos cubanos como garantia para um empréstimo bilionário para a construção do porto de Mariel, em Cuba.

Cuba deixou em garantia, recebíveis de venda de charuto doméstico.

Se não pagasse, o governo brasileiro ia lá em Cuba, ia penhorar as vendas de charuto lá em Havana para poder ressarcir o cidadão brasileiro”, afirmou Montezano durante a live da quinta-feira (27) com o presidente Jair Bolsonaro (PL).
 

A CNN Brasil teve acesso a ata da reunião da Câmara de Comércio Exterior (Camex), órgão interministerial que aprova os financiamentos internacionais feitos pelo BNDES.

Imagens; Reprodução/CNN Brasil

O item 4.5 do documento trata de um financiamento de US$ 176 milhões para que a Odebrecht iniciasse a segunda etapa da construção do porto de Mariel.

O prazo do financiamento era de 25 anos, o maior que poderia ser oferecido pelo banco.

No item h estão especificadas as garantias, que confirmam a declaração de Montenzano:

“h) garantias: fluxos internos de recebíveis gerados pela indústria cubana de tabaco, a serem depositados em escrow account aberta em banco cubano”.

Escrow account é uma operação padrão de garantia prevista em um contrato onde é mantida sob a responsabilidade de um terceiro até que as cláusulas deste contrato sejam cumpridas por ambas as partes.

Durante a live, Bolsonaro também falou sobre os atrasos de pagamentos e supostas irregularidades em vários financiamentos obtidos por governos de países como a Venezuela e Cuba.

Fonte: CNN Brasil

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