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Da Redação
10:24
10/06/2024

Eleições Europeias: surra da extrema direita abala Macron e Scholz

As urnas desse domingo deram um duro golpe em Emmanuel Macron e Olaf Scholz, que sofreram uma derrota significativa para a extrema direita na França e na Alemanha.

Os partidos radicais alcançaram seu melhor desempenho na Câmara europeia, conquistando quase um quarto dos assentos.

Macron, Scholz, Meloni e Le Pen / fotos: AFP

Reação de Macron e convocação de eleições legislativas

Prevendo o resultado, Macron reagiu rapidamente, convocando eleições legislativas para o fim do mês, arriscando a segunda metade de seu mandato presidencial. O presidente francês decidiu pagar para ver.

Se o Reagrupamento Nacional, de Marine Le Pen, confirmar uma nova vitória interna e ganhar mais espaço na Assembleia Nacional francesa, Macron terá que lidar com uma coabitação indesejável com um primeiro-ministro de extrema direita, possivelmente o líder do partido, Jordan Bardella, de 28 anos, o cabeça de lista do RN.

A médio prazo, até as eleições de 2027, isso teria um efeito paralisador no governo, tornando o RN também impopular.

Avanço da direita no Parlamento Europeu

As eleições europeias consolidaram a sexta vitória consecutiva do bloco de centro-direita, o Partido Popular Europeu, mas com uma inclinação acentuada para a direita.

Espera-se que este novo Parlamento adote posições mais rígidas contra a imigração e contra iniciativas que combatem as mudanças climáticas, já que o bloco verde também sofreu grandes derrotas.

O centro está se segurando. Mas o mundo ao nosso redor está em crise. Forças externas e internas tentam desestabilizar as nossas sociedades e enfraquecem a Europa. Nunca deixaremos isso acontecer”, atestou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que aspira um novo mandato como chefe do Executivo do bloco.

Ursula von der Leyen e Giorgia Meloni em ascensão

Outra figura emergente das urnas europeias como uma das mais poderosas do continente é a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni.

Cortejada tanto por von der Leyen quanto por Le Pen, que disputam seu apoio, a líder dos Irmãos da Itália se fortaleceu e pode se tornar a porta-voz da direita radical na UE, pressionando e empurrando seus colegas europeus mais para a direita.

Críticas e alianças estratégicas

A presidente da Comissão Europeia foi criticada por fazer concessões à premiê italiana visando à reeleição, e Le Pen almeja, com a adesão de Meloni, uma grande coalizão dos grupos de extrema direita no Parlamento Europeu: Identidade e Democracia e os Conservadores e Reformistas Europeus.

Fortalecimento da extrema direita na Alemanha

Estas eleições confirmaram a queda de mais obstáculos políticos internos contra os extremistas.

Na Alemanha, a AfD se consolidou como a segunda força política, à frente dos social-democratas do premiê Olaf Scholz, que ficou em um humilhante terceiro lugar.

Eurocéticos e eurofóbicos dentro do bloco europeu

Após a amarga experiência britânica do Brexit, a realidade europeia mostrou que eurocéticos e eurofóbicos se sentem mais confortáveis em impor sua agenda dentro do bloco europeu do que fora dele.

 

Com informações do G1

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