A poucos dias do pleito, o cenário final põe Câmara dos Deputados e Senado Federal em lados opostos. Isso porque, até o momento, tudo indica que o atual comandante dos deputados, Arthur Lira (PP-AL), deve ser reeleito.
O concorrente até o momento é Chico Alencar (RJ), que tem o apoio isolado do PSol e é o único a se opor ao alagoano.
Fotos: reprodução/TV Câmara e Edilson Rodrigues/Agência Câmara
Por sua vez, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), apesar de favorito, enfrenta resistência entre os aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que inclusive lançaram candidatura própria para concorrer com o mineiro.
Rogério Marinho é o nome do Partido Liberal para a presidência da Casa Alta.
Na última semana, o PL cravou o apoio do PP e do Republicanos.
Há, ainda, o candidato do Podemos, Eduardo Girão (CE), que promete tirar votos dos demais concorrentes.
Lira mira votação recorde
Lira já é dado nos corredores da Câmara como o vencedor da disputa pela presidência.
Graças à sua capacidade de articulação, o atual presidente e candidato à reeleição foi capaz de unir, em um único bloco de apoio, siglas opostas e adversárias, como PT e PL, além das bancadas do PP, PSD, MDB, PDT, PSDB, Cidadania, Solidariedade, Mais Brasil (fusão PTB e Patriota), Pros, PCdoB, PV, PSB e União Brasil.
Com essa composição, o deputado venceria com folga, obtendo mais do que os 257 necessários para vencer ainda em primeiro turno.
Ciente do expressivo favoritismo, o parlamentar alagoano tem se movimentado nos últimos dias para ampliar o apoio e demover o risco de “traições” no dia da votação.
Recentemente, o presidente da Câmara avalizou uma série de regalias para os deputados, que incluem o aumento da cota parlamentar, de cargos para lideranças partidárias e do valor do auxílio moradia.
Apesar da resistência entre os simpatizantes de Bolsonaro, os parlamentares do Senado confiam que Rodrigo Pacheco será reeleito.
Atualmente, o presidente conta com 55 votos.
O número é fruto da junção de PT, MDB, PSD e União Brasil em aliança pela recondução.
No Senado, para ganhar em primeiro turno a presidência da casa, o candidato precisa de pelo menos 41 votos.
Se ninguém chegar a esse número, os nomes vão para o segundo turno.
O escolhido toma posse em seguida.
Na Casa, a principal aposta é que as eleições serão definidas por traições, que ocorrem quando um senador vota contra a orientação do partido ou contra um acordo feito com determinado candidato.
Vale ressaltar que o voto é secreto.
Outra possibilidade apontada pelos bolsonaristas é que o Podemos retire, no dia da votação, a candidatura de Girão e, para enfraquecer Pacheco, apoie em peso Marinho na disputa.
Os eleitos comandarão as casas de 1° de fevereiro de 2023 até 31 de janeiro de 2025.