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Edição: Hugo Julião
11:33
17/03/2022

Guerra já afeta segurança alimentar de milhões de pessoas na África e no Oriente Médio

O impacto do conflito na Ucrânia já afeta o Oriente Médio e o Norte de África e continuará a se alastrar rapidamente.

A advertência foi feita nesta quinta-feira (17) pelo Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (Fida) das Nações Unidas.

O aumento dos preços dos alimentos e a escassez de culturas resultantes do conflito já se fazem sentir no Oriente Médio e no Norte da África.

"Um quarto das exportações mundiais de trigo é proveniente da Rússia e da Ucrânia" e "40% do trigo e do milho da Ucrânia são destinados ao Oriente Médio e à África".

Segunda o Fundo, são regiões que já se debatem com problemas de fome, e onde a escassez de alimentos ou o aumento dos preços corre o risco de empurrar milhões de pessoas para a pobreza.

Unicef/Somália

A Rússia é também o maior produtor mundial de fertilizantes, e mesmo antes do conflito, os picos de preços no ano passado contribuíram para o aumento nos preços dos alimentos de cerca de 30%. 

"Estou profundamente preocupado que o conflito violento na Ucrânia, que já é uma catástrofe para os diretamente envolvidos, seja também uma tragédia para as pessoas mais pobres do mundo", afirmou o presidente da agência, Gilbert F. Houngbo

Segundo ele, essas populações, que vivem nas zonas rurais, não podem absorver os aumentos de preços dos alimentos básicos e dos fertilizantes agrícolas que resultarão das perturbações no comércio global.



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Segundo Houngbo, na Somália se estima que 3,8 milhões de pessoas já se encontrem em grave insegurança alimentar.

No Egito, os preços do trigo e do óleo de girassol subiram devido à dependência do país em relação à Rússia e à Ucrânia: 85%  para o abastecimento de trigo e 73% para o óleo de girassol.

No Líbano, 22% das famílias estão em insegurança alimentar, e a escassez de alimentos ou novos aumentos de preços irá exacerbar uma situação já desesperadora.

O país importa até 80% do seu trigo da Rússia e da Ucrânia, mas só pode armazenar cerca de um mês de colheita de cada vez, devido à explosão no porto de Beirute em 2020, que destruiu os principais silos de cereais do país.


Com informações da RTP

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