Bombeiros brasileiros ajudam no combate ao fogo na província argentina de Corrientes, onde 11% do território já foram devorados.
A catástrofe ambiental foi ampliada pela falta de ação do governo argentino.
Isso afeta a estratégia de Alberto Fernández de liderar a luta contra a mudança climática, aproveitando o vácuo deixado pelo Brasil nos últimos anos.
Animais são vítimas da mudança climática que secou zonas alagadas / Foto Fundação Rewilding Argentina
Corrientes representam um pantanal. Restam agora apenas 10%. O resto secou.
De um lado, a mudança climática que provoca uma seca prolongada com temperaturas acima de 40 graus.
Do outro, as tradicionais queimadas para a agricultura e o vento forte, espalhando faíscas.
O fogo devora impiedosamente a flora e a fauna, inclusive animais em extinção.
Um dos maiores danos acontece no Parque Nacional Iberá, dentro da região dos Esteros do Iberá, um complexo de pântanos, lagoas e banhados rico em biodiversidade, que agora está seco.
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Com uma superfície de 1,244 milhão de hectares, a zona é o segundo complexo pantanoso do mundo, apenas atrás do Pantanal brasileiro.
"A proliferação de focos é provocada por queimadas em fazendas vizinhas ao Parque Nacional de Iberá. As próprias pastagens normalmente estão cobertas d'água, mas, com a seca, o fogo não encontra barreiras naturais como lagoas e riachos", explica o biólogo Sebastián Di Martino, diretor de conservação da Fundação Rewilding Argentina.
A falta de ação eficaz por parte dos governantes completa a combinação letal.
Mais de 60% do Parque agora estão em cinzas. Os animais se debatem para sobreviver nas pequenas poças de barro que restaram.
No Parque, há várias espécies ameaçadas de extinção:
o veado-campeiro,
o lobo-guará,
a ariranha
e a onça-pintada.
Veado-campeiro se alimenta na pouca pastagem que o fogo não consumiu / Fundação Rewilding Argentina
Na Argentina, existe muita comoção com a destruição, mas também muita indignação com as autoridades.
O governo da província de Corrientes pediu ajuda ao Governo Federal no dia 13 de janeiro.
Sem resposta, repetiu o pedido em 25 de janeiro.
Só começou a receber ajuda no dia 5 de fevereiro, depois de três semanas cruciais em que o fogo avançou sem muita resistência.
Mesmo depois de semanas de tanta destruição, o presidente Alberto Fernández não foi até a região.
Com informações da RFI