O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ofereceu o Ministério do Meio Ambiente para a senadora Simone Tebet (MDB) em reunião nesta sexta-feira, em Brasília.
A senadora disse, porém, que só aceita o cargo se houver um acerto com a deputada federal eleita Marina Silva (Rede-SP).
Foto Ricardo Stucker/PT
Aliados de Marina dizem que dificilmente ela aceitará a proposta, o que inviabilizaria o ministério para Tebet.
A deputada eleita considera a autoridade climática uma função eminentemente técnica. Por isso, já negou até em outras ocasiões interesse em assumir a função.
• A condição para Tebet virar ministra da pasta foi antecipada ontem pelo Globo. A senadora já havia afirmado a interlocutores que toparia uma dobradinha com a deputada da Rede na autoridade climática, que deveria ter, na sua opinião, status de ministério para acomodar a aliada.
A criação do órgão foi uma das condições da ex-ministra para apoiar Lula.
"Tem que resolver Marina, senão ela não vai", disse ao Globo uma pessoa próxima a Tebet.
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A autoridade climática foi concebida para ser um órgão técnico que aponta para o governo as medidas necessárias para o combate às mudanças climáticas.
Não foi, portanto, pensada como um espaço para acomodar agentes políticos.
• Um interlocutor da parlamentar da Rede afirma que o desenho mais mais provável será Marina no Meio Ambiente e Simone em outra pasta, como Cidades.
Embora, diz, Marina esteja "tranquila" para assumir seu mandato na Câmara dos Deputados a partir de 2023.
Tebet e Marina se tonaram amigas durante o segundo turno, e a senadora sempre negou aceitar um cargo também cobiçado pela ex-ministra.
O cenário mudou nos últimos dias, após Lula indicar Wellington Dias (PT) para o Desenvolvimento Social, pasta de preferência de Tebet.
Também pesou para a senadora reconsiderar a possibilidade a fritura de Marina no PT e a pressão de empresários que apoiaram a terceira via e entendem que Tebet é um nome de mais interlocução com o mercado.
A senadora recebeu uma série de ligações de nomes do mercado nos últimos dias.
Plano B
Ontem, em reunião com a cúpula do MDB, Lula disse que poderia oferecer também o Planejamento para a senadora, o que não aconteceu.
À noite, a pessoas próximas, Tebet disse que não teria interesse na pasta, que considera técnica e de pouca ação política.
O MDB indicará ainda os ministros do Transportes e Cidades.
O primeiro já tem um nome de consenso, o ex-governador de Alagoas Renan Filho.
Mas o segundo está sendo alvo de disputa dentro do partido: embora tenha despontado como favorito, o deputado federal José Priante (PA) sofre a resistência do clã Barbalho.
O governador reeleito Helder Barbalho (PA) se reunirá nesta sexta-feira com o líder do partido na Câmara, deputado Isnaldo Bulhões Jr (AL), para tentar chegar a um consenso.
Caso a conversa não prospere, a pasta se viabilizaria como uma segunda opção para Tebet.
Com informações do O Globo