Há dois dias, o presidente francês Emmanuel Macron anunciou que a apresentação de um passaporte sanitário será necessária para ter acesso à várias atividades no país.
Hoje, quarta-feira (14), milhares de pessoas foram às ruas em diferentes cidadesnesta quarta-feira (14) contra o que consideram um ataque às liberdades individuais.
Os manifestantes criticam as decisões de Macron que são percebidas como uma pressão para que todos sejam vacinados contra a Covid-19.
Além da obrigatoriedade da vacinação para todos os trabalhadores do setor da saúde, Macron informou que o acesso à trens, aviões, shoppings, restaurantes, teatros e cinemas será autorizado apenas para quem apresentar o “passaporte sanitário”.
Esse documento prova que seu portador foi vacinado contra a Covid-19 ou que testou negativo recentemente para o coronavírus.
Manifestantes enfrentam polícia nas ruas de Paris durante manifestação contra a campanha de vacinação anticovid (Reuters)
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Na manhã desta quarta-feira, no mesmo momento que em acontecia em Paris, na avenida do Champs-Elysées, o tradicional desfile militar do 14 de julho, festa nacional francesa, os primeiro protestos foram registrados em vários lugares do país, inclusive na capital, onde mais de 2 mil pessoas marcharam pela cidade.
Segundo o ministério de Interior, 53 manifestações foram registradas na França, reunindo cerca de 20 mil pessoas, de acordo com o balanço oficial.
Além de Paris, passeatas foram realizadas em Toulouse, Chambéry, Montpellier, Bordeaux, Annecy, Nantes, Lille e Lyon.
Cenas de vandalismo nas ruas de Paris durante a manifestação contra campanha de vacinação anticovid (Reuters)
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Aos gritos de “contra a ditadura”, “não à vacinação obrigatória”, “contra o passaporte sanitário”, “liberdade” ou ainda “não somos cobaias”, manifestantes de todas as idades desfilaram pelas ruas.
“O passaporte sanitário é uma forma de segregação”, declarou Yann, tabelião de 29 anos que desfilava em Paris.
Segundo ele, “Macron instrumentaliza nossos medos, o que é revoltante. Conheço pessoas que vão se vacinar apenas para poder levar seus filhos ao cinema, e não para se proteger de formas graves da Covid”, argumentou o manifestante.
No final da tarde, confrontos entre manifestantes e a polícia, que lançou bombas de gás lacrimogêneo, foram registrados em Paris.
As forças de ordem afirmam que o percurso previsto para o cortejo na capital não foi respeitado e que alguns manifestantes atearam fogo em cestos de lixo e lançaram objetos nas autoridades.
Com informações da AFP
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