23/09/2021 09:37

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A imagem causou estupor na segunda-feira (19): dezenas de migrantes haitianos foram expulsos com violência por oficiais da imigração dos Estados Unidos, montados a cavalo. 

Uma cena digna de faroeste que mancha a reputação do democrata Joe Biden, e que o mundo está longe de esquecer. 

Guardas de fronteira dos EUA tentam impedir que migrantes haitianos entrem em um acampamento nas margens do Rio Grande, perto da Ponte Internacional Acuna del Rio em Del Rio, Texas (AFP)

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Nessa quarta-feira (22), o ministro da Segurança Interna dos EUA, Alejandro Mayorkas, declarou que as fotos que mostram policiais a cavalo empurrando migrantes haitianos na fronteira do país com o México "não refletem a identidade dos Estados Unidos". 

No entanto, o mal já estava feito e a imagem correu os veículos de imprensa e as redes sociais de todo o planeta. 

As fotos causaram agitação até na Casa Branca, que as chamou de "horríveis". 

Mesmo assim, o governo Biden continua a aumentar os voos de deportação de migrantes para o Haiti. 

Integrante da patrulha de fronteiras dos EUA, montado em um cavalo, tenta impedir que imigrante haitiano chegue a uma margem do Rio Grande, perto da divisa com o México (AFP)

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Na terça-feira (21), nada menos que quatro voos do Texas pousaram na capital Porto Príncipe. 

Centenas de migrantes são mandados diariamente de volta. Entre eles, uma jovem que sonhava em oferecer uma vida melhor para seus familiares 

As cenas registradas na fronteira com o México na segunda-feira vêm tendo consequências. 

Entre as hipóteses levantadas contra o governo Biden, as Nações Unidas denunciam uma possível "violação do direito internacional" com as expulsões e deportações de haitianos, executadas massivamente pelos Estados Unidos.

Agentes de fronteira dos EUA intimidam migrantes haitianos que tentam atravessar o Rio Grande, vindos do México (DPA)

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Na manhã desta quarta-feira, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos e o ACNUR, chefiado por Filippo Grandi, juntaram-se às outras vozes para lembrar que "qualquer requerente de asilo tem o direito de ter o seu pedido examinado".

"Estamos profundamente preocupados com o fato de não ter havido um exame mais minucioso no caso dos haitianos", disse a porta-voz do Escritório da Alta Comissária para os Direitos Humanos, Marta Hurtado, em uma reunião da ONU em Genebra.

Por sua vez, Shabia Mantoo, porta-voz do ACNUR, sublinhou no mesmo comunicado à imprensa que o pedido de asilo era "um direito humano fundamental".

 “Pedimos que esses direitos sejam respeitados”, disse.

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O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou no sábado (18) que aceleraria o ritmo de expulsões por avião de quase 15 mil migrantes, a maioria haitianos, reunidos por dias sob a ponte no Texas. 

As expulsões de haitianos haviam sido temporariamente suspensas após um terremoto que devastou o Haiti no mês passado.

Com informações da AFP

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