16/07/2021 08:01

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A seccional do Distrito Federal da OAB acionou o STF, nessa quinta (15), contra ataques sofridos por advogados na CPI da Covid no Senado.

A entidade pede à Corte que mande os senadores se absterem de silenciar e proferir ameaças contra os defensores durante as sessões.

Segundo a OAB-DF, a CPI atuou em 2 momentos contra advogados que estavam em defesa de seus clientes.

O primeiro episódio ocorreu com o criminalista Alberto Zacharias Toron, que defende o empresário Carlos Wizard.

Durante o depoimento, o senador Otto Alencar (PSD-BA), que presidia a CPI naquele momento, fez uma piada com Wizard, citando o advogado.

Seu advogado está aí do lado. Inclusive, seu advogado está muito corado, parece que tomou banho de mar, está vermelho, e o senhor Carlos amarelou aqui na comissão”, disse Otto.

Toron rebateu: “Vossa Excelência se referiu a mim e não quer que eu lhe responda. Isso é de uma covardia, senador”.

O senador Otto Alencar então disse que chamaria a Polícia Legislativa caso o criminalista não pedisse desculpas.

A ameaça não foi cumprida após outros senadores intervirem.

 

O advogado Alberto Zacharias Toron; empresário Carlos Wizard Martins; presidente eventual da CPIPANDEMIA, senador Otto Alencar (PSD-BA) (Fotos: Agência Senado)

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O segundo caso ocorreu com a advogada Maria Jamile José, que defendeu o ex-diretor de logísticas do Ministério da Saúde, Roberto Dias.

O ex-servidor foi detido pela comissão por prestar falso testemunho.

A OAB-DF afirma que a criminalista teve a palavra “abruptamente cassada” ao questionar a ordem de prisão.

A Comissão de Inquérito parece ter esquecido, data vênia, que a defesa tem a palavra para atuar contra os abusos, contra o ranço inquisitório, contra as supressões de direitos e garantias, contra os equívocos de posições ocupadas pelo julgador e promotor, contra os indícios de parcialidade, enfim, contra tudo aquilo que não segue às regras processuais escorreitas.

O advogado deve se rebelar e a autoridade pública lhe deve respeito“, escreveu a OAB-DF.

O pedido da seccional foi distribuído ao ministro Roberto Barroso, que está em recesso.

O presidente do STF, ministro Luiz Fux, poderá decidir sobre o caso, assim como a ministra Rosa Weber, que assume o plantão a partir da próxima semana.

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