O eleitor bolsonarista está à procura de um caminho de volta para casa.
A nova pesquisa do Datafolha mostra que o presidente recupera espaço em segmentos da população que impulsionaram sua campanha em 2018, em especial setores da classe média.
A análise é do jornalista Bruno Boghossian, da Folha de São Paulo.
Reuters
Jair Bolsonaro deu um salto entre eleitores com renda de dois a cinco salários mínimos e reduziu significativamente a vantagem de Lula ali.
Em dezembro, o presidente perdia para o petista nesse grupo por 53% a 36% na simulação de segundo turno.
Agora, os dois estão em empate técnico, com vantagem numérica para o ex-presidente: 45% a 43%.
Os números indicam que a recuperação de Bolsonaro neste início de ano tem sido puxada por uma fatia da população que já foi simpática a seu projeto – mais do que por grupos recém-beneficiados por políticas direcionadas à baixa renda, como o Auxílio Brasil.
Embora tenha registrado um leve avanço, o presidente ainda apresenta um desempenho ruim nos segmentos mais pobres.
Entre eleitores que recebem o Auxílio Brasil, Bolsonaro aparece 45 pontos atrás de Lula no segundo turno.
A rejeição permanece estável entre os beneficiários: 62% dizem não votar nele de jeito nenhum.
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Já o índice de aprovação caiu para 40%, seu nível mais baixo, e um sinal de alerta claro para o Partido Democrata, que buscará manter o controle do Congresso na eleição de 8 de novembro.
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A melhora dos números na classe média sugere que o presidente ganha terreno numa camada complementar a sua base cristalizada, composta por evangélicos e a população mais rica.
Em 2018, eleitores de renda intermediária deram a Bolsonaro uma vantagem de 20 pontos percentuais sobre Fernando Haddad no segundo turno.
O presidente também parece ter sido beneficiado por um refluxo na onda de bolsonaristas arrependidos.
Em dezembro, só 36% dos entrevistados diziam ter votado em Bolsonaro no segundo turno de 2018; agora, 41% declaram esse voto.
Os dados indicam que o presidente tem potencial para atrair eleitores que estiveram a seu lado há quatro anos e se frustraram com as opções da chamada terceira via.
Apesar da vantagem de Lula, esse quadro é uma boa notícia para Bolsonaro.
Ainda que possa ser abalada por novos choques na economia, sua recuperação começou mais cedo do que esperavam seus aliados.
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A decisão foi tomada nesta quinta-feira (24) após análise do Comitê Técnico-Científico e de Atividades Especiais, que avalia o cenário epidemiológico no estado.
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