O Peru completou uma semana ontem (13) sem saber quem será seu novo presidente.
O candidato de esquerda Pedro Castillo mantém uma ligeira vantagem na lenta contagem, mas a candidata de direita Keiko Fujimori insiste em denunciar uma "fraude" no pleito.
Castillo lidera por 49.000 votos, após a contagem de 99,93% das mesas de votação.
A Missão de Observação Eleitoral da Organização dos Estados Americanos (OEA) considerou o pleito sem "irregularidades graves".
Fujimori mobiliza seus seguidores para que denunciem nas ruas as "fraudes" e "fatos gravíssimos" na votação e na apuração.
Castillo, por sua vez, se considera vencedor e pediu aos partidários, na noite de sábado (12), "paciência" e "serenidade".
"Keiko pode ainda diminuir a diferença, mas é muito difícil alcançá-lo. O resultado pode mudar, não é impossível, mas está cada vez mais difícil", disse a cientista política Jessica Smith.
"No caso de Keiko reverter o resultado, quem vai acusar de fraude são os partidários de Castillo."
Na noite de sábado, Fujimori participou de uma manifestação colorida e barulhenta com milhares de seguidores na Plaza Grau, em Lima, onde repetiu suas alegações de fraude.
"Estamos aqui para respeitar o nosso voto, para que a ata seja analisada. Queremos uma eleição transparente", disse a candidata de 46 anos, que terá de ir a julgamento por suposta lavagem de dinheiro se perder a eleição.
Um promotor pediu sua prisão preventiva na quinta-feira (10), por supostamente violar as regras de sua liberdade condicional pelo caso de contribuições ilegais da Odebrecht.
O pedido do promotor, que será decidido por um juiz em 21 de junho, aumentou a tensão em meio à lentidão da contagem, em um país atolado em convulsões políticas há quase cinco anos.
Com informações da AFP