Parar de fumar pode ser um grande desafio, mas quem deseja largar o cigarro conta com apoio especializado no Programa de Controle ao Tabagismo, oferecido gratuitamente pelo Centro de Especialidades Médicas de Aracaju (CEMAR).
O serviço funciona de segunda a sexta-feira, das 07h às 16h, e não exige encaminhamento médico – basta comparecer ao local com um documento com foto e cartão SUS.
O programa disponibiliza grupos terapêuticos, atendimentos individuais e medicação gratuita fornecida pelo SUS. A equipe multidisciplinar conta com uma médica pneumologista e uma enfermeira, além do apoio de outros profissionais.
Ao chegar ao ambulatório, o paciente passa por um primeiro atendimento, no qual recebe informações sobre o funcionamento do programa. Segundo a enfermeira Roberta Luna, essa etapa inicial é essencial:
“A pessoa pode buscar o programa de forma espontânea ou por indicação da rede de saúde. No primeiro atendimento, realizamos uma entrevista motivacional, na qual o paciente recebe orientações e estratégias para começar a pensar na possibilidade real de parar de fumar”.
O método utilizado é a abordagem cognitivo-comportamental, que ajuda o fumante a mudar padrões de pensamento e comportamento relacionados ao tabagismo. A pneumologista Ana Paula Argolo explica:
“Nos grupos, fornecemos informações sobre a doença e estratégias para ajudar o paciente a parar de fumar. O tabagismo aumenta o risco de doenças cardiovasculares, câncer e outros problemas. Nossa abordagem auxilia o paciente a lidar melhor com esses desafios e a fortalecer sua decisão de parar”.
O programa tem uma estrutura bem definida:
A Dra. Ana Paula faz uma comparação:
“A medicação funciona como uma muleta. Ela dá suporte, mas quem precisa caminhar é o próprio paciente. O cigarro é um hábito e o remédio não apaga a vontade de fumar, apenas auxilia no processo.”
Nem sempre a primeira tentativa de parar de fumar é definitiva. Para isso, o programa conta com um grupo específico para quem já tentou, mas não conseguiu manter a abstinência.
De acordo com Roberta Luna, esse grupo recebe suporte adicional, incluindo encontros semanais e acompanhamento contínuo.
“Se não houver mudança de hábitos, não há mudança de resultado. Por isso, trabalhamos com quatro sessões intensivas semanais, seguidas de mais duas quinzenais e, depois, encontros mensais”.
Criado em 2011, o Programa de Controle ao Tabagismo tem um histórico de sucesso.
Segundo Tércia Monteiro, coordenadora da Rede de Atenção Especializada (REAE), a taxa de sucesso é elevada:
“De 70% a 80% dos pacientes que iniciam o tratamento conseguem concluí-lo com sucesso. O grande desafio é ampliar o acesso para que mais pessoas se libertem da dependência.”
Para 2025, a Secretaria Municipal de Saúde pretende expandir o programa, incluindo novos profissionais no atendimento, como psicólogos e assistentes sociais.
“O tabagismo não é apenas uma questão médica, mas também psicológica e social. Queremos fortalecer o suporte para garantir que mais pessoas consigam parar de fumar de forma definitiva”, conclui Tércia.
Com informações da PMA
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