Saúde

Edição: Hugo Julião
16:47
11/02/2021

Combinação de fármacos reduz mortes em 50% nos pacientes mais graves de Covid

Um ensaio clínico realizado no Reino Unido detectou o segundo tratamento capaz de salvar vidas de doentes de covid-19.

Os autores do estudo Recovery acabam de anunciar que esse fármaco reduz em 4% a mortalidade de pessoas internadas com infecções graves.

A efetividade pode parecer pequena, mas, se esse tratamento for administrado junto com a dexametasona (um corticoide que reduz a inflamação), a mortalidade dos pacientes é reduzida em um terço e, no caso dos mais graves, em 50%.

O medicamento é fabricado pela europeia Roche com o nome Actemra

O tocilizumabe é um anticorpo monoclonal aprovado até o momento para tratamento de artrite reumatoide, doença caracterizada pela inflamação das articulações.

“Agora sabemos que esse medicamento ajuda todos os doentes com níveis baixos de oxigênio e que já têm uma inflamação avançada”, explicou Peter Horby, especialista em doenças emergentes da Universidade Oxford.

“O impacto combinado da dexametasona e do tocilizumabe é impressionante e muito bem-vindo”, completou o médico em nota.


Nesta etapa do estudo, foi analisada a progressão de mais de 2.000 pacientes que receberam o remédio, comparada com a de outros tantos que receberam o tratamento habitual.

A mortalidade caiu 4% em termos absolutos no grupo que recebeu o anticorpo monoclonal. Isso significa que, para cada 25 pacientes tratados, foi possível salvar uma vida.


O medicamento, fabricado pela europeia Roche com o nome Actemra, também aumenta em 7% a probabilidade de um doente sair com vida do hospital.

Esses efeitos são observados tanto nos pacientes menos graves, que só necessitam de oxigênio com máscara, como naqueles que precisam de um respirador mecânico na UTI.

A combinação dessa droga com a dexametasona reduz a mortalidade dos pacientes do primeiro grupo em 30% e em quase 50% a dos internados na UTI.

Os dois remédios mencionados são os únicos que demonstraram salvar vidas contra o coronavírus, e agora também mostram que podem reduzir o tempo de internação, evitando a necessidade de respiradores.

Os autores ainda não publicaram os dados completos do estudo, mas esperam fazê-lo nos próximos dias, segundo informou a Universidade Oxford. 


Os anticorpos monoclonais são os fármacos mais caros do mundo, mas o tratamento com tocilizumabe tem um preço relativamente baixo, de 850 a 1.200 euros (cerca de 5.500 a 7.800 reais) dependendo do paciente.

Se todos os doentes graves começarem a receber o remédio, cada vida salva custaria cerca de 28.000 euros (183.000 reais).

Com informações do El País

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