Saúde

Edição: Hugo Julião
19:17
16/12/2021

Epidemia de opiáceos nos Estados Unidos vira motivo de guerra contra a China

Entre abril de 2020 e abril de 2021, 100 mil pessoas morreram nos Estados Unidos de overdose de opiáceos.

Isso representa uma morte a cada cinco minutos.

A epidemia que devasta periferias norte-americanas há anos agora é também uma razão de conflito entre Washington e Pequim.

O governo norte-americano sancionou quatro empresas chinesas acusadas de ajudar no tráfico do medicamento fentanyl para o mercado dos Estados Unidos.

Este analgésico opiáceo provoca dezenas de milhares de mortes todos os anos no país.

Um norte-americano morre a cada cinco minutos de overdose de um medicamento opiáceo, como o fentanyl (AP)

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O novo órgão norte-americano de combate ao crime organizado transnacional também visa um cidadão chinês, Chuen Fat Yip.

Ele é acusado de coordenar o tráfico do medicamento para os Estados Unidos.

É simples, uma grande parte das matérias-primas para a fabricação desses opiáceos vêm da China. Era importante enviar uma mensagem em relação a isso”, explicou um funcionário do alto escalão do governo dos EUA, sob condição de anonimato.

O governo chinês recebeu mal as sanções norte-americanas e afirma ter uma política de “tolerância zero” contra as drogas em seu território.

Em resposta, a China pediu para que os Estados Unidos combatam a produção e o consumo de opiáceos dentro do seu território, em vez de atacar os produtores de matéria-prima.

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Este não é a primeira vez que o governo norte-americano pede a China colaboração neste assunto delicado.

Há três anos, quando foi assinada uma trégua comercial entre os dois países durante o G20, o governo de Pequim se comprometeu a melhorar o controle da cadeia de opiáceos em seu território.

A epidemia de remédios derivados do ópio nos Estados Unidos, que dura anos, chegou à sua marca mais alta em abril de 2021, quando foram registradas 100 mil mortes por overdose de opiáceos em um ano.

O número, registrado em plena pandemia, foi 28,5% maior que o computado no ano anterior.


Com informações da RFI

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