A chegada da Ômicron e a adoção de novas restrições para conter sua propagação podem comprometer o crescimento mundial, de acordo com a diretora-geral do FMI, Kristalina Georgieva.
Segundo a representante da FMI, o rápido avanço da Ômicron provocou a implementação de medidas que ameaçam a retomada econômica e podem "forçar" o Fundo a revisar para baixo suas projeções globais.
"Uma nova variante com expansão rápida pode afetar a confiança e provavelmente teremos cortes em nossas projeções de outubro para o crescimento global", explicou Georgieva nesta sexta-feira (3).
Foto: Martin Meissner/AP
Em sua última estimativa, o FMI já havia feito uma previsão menos otimista, estimando um crescimento do PIB mundial de 5,9% em 2021, em vez dos 6% anteriores. Em 2022, a expectativa é de 4,9%.
Cerca de uma semana após a África do Sul anunciar a detecção da nova variante, a nova cepa já foi localizada em 38 países e levou governos a endurecerem as medidas sanitárias e fecharem suas fronteiras.
Independentemente da nova variante, a Covid-19 continua provocando estragos em muitos países.
Rússia (Andrey Rudakov/Bloomberg)
A Rússia, por exemplo, registrou em outubro seu mês mais mortal desde o início da crise sanitária, com 74.893 mortes relacionadas ao vírus, de acordo com a agência de estatísticas Rosstat.
No total, o número de mortes ultrapassa 520 mil.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que a cobertura vacinal e os níveis de detecção inadequados, especialmente na África, são "uma receita perfeita para as variantes se reproduzirem e se disseminarem."
Na África do Sul, a nova variante já é majoritária e as autoridades de saúde relataram um aumento nas infecções em crianças.
Um estudo sul-africano descobriu que o risco de contrair Covid-19 novamente é três vezes maior com a Ômicron do que com as variantes beta e delta.
Com informações da AFP