Neste Dia Mundial de Combate do Diabetes, o Brasil registra a marca de 43 amputações de membros inferiores por dia, decorrentes de complicações da doença.
Os dados, do Ministério da Saúde, se referem à soma de 10.546 amputações feitas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) entre janeiro e agosto deste ano, ao custo de R$ 12,3 milhões.
No mesmo período do ano passado, foram realizadas pelo SUS 10.019 amputações de membros inferiores em decorrência do diabetes, que custaram R$ 11,6 milhões.
O crescimento no número de procedimentos em 2020 foi de 5,26%.
A Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) alerta que o principal motivo que leva a essas amputações é a falta de cuidados com a doença, a causa mais comum para amputações de pés e pernas, com cerca de 60%.
Em 85% dos casos, o problema aparece como uma ulceração nos pés, ou seja, uma lesão nos tecidos, que pode ser tratada.
O diabetes causa perda da sensibilidade, e os ferimentos podem evoluir para o chamado pé diabético, chegando aos casos graves de gangrena que necessitam de amputação.
O paciente diabético precisa ficar atento a qualquer sinal nos pés, como frieiras, bolhas, ferimentos e calos.
Os cuidados envolvem secar os pés com cuidado após o banho, manter a pele hidratada, utilizar meias de algodão e sapatos fechados.
Segundo os pesquisadores, há indícios de que o novo coronavírus também possa causar diabetes em quem não tinha.
O que os cientistas ainda não sabem é se o diabetes causado pelo Sars-Cov-2 persiste após a cura da infecção, ou se pode se tornar mais um fator de risco para pacientes com tendência à doença.
Estudo feito no início da pandemia no Brasil mostrou que os pacientes de diabetes negligenciaram os cuidados por causa do isolamento e das medidas restritivas.
A pesquisa ouviu 1.701 pacientes entre os dias 22 de abril e 4 de maio e os resultados foram publicados em agosto no periódico científico Diabetes Research and Clinical Practice.
Do total, 95,1% dos entrevistados reduziram a frequência de saídas da residência e 91,5% passaram a monitorar a glicose no sangue em casa.
Foi relatado aumento, diminuição ou maior variabilidade nos níveis de glicose por 59,4% dos participantes, 38,4% deles adiaram consultas médicas e exames de rotina e 59,5% diminuíram a atividade física.
Outra pesquisa foi iniciada em setembro pela Universidade de São Paulo (USP) e Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), com o apoio da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD).
O objetivo é analisar o autocuidado em diabetes e resiliência na pandemia pelos brasileiros.
Podem participar as pessoas com diagnóstico de diabetes, de ambos os sexos, maiores de 18 anos e que residam no Brasil.
O formulário está disponível em https://bit.ly/DIABETESvid.
Com informações da Ag.Brasil