Saúde

Assessoria
16:45
12/01/2022

Pandemia e surtos de gripe causam impacto na sociedade neste início de ano

Nos primeiros dias de 2022, os brasileiros se depararam com um aumento nos casos de Covid-19, provocado pela variante Ômicron, como também um surto de gripe em várias cidades do país.

Diante da circulação dos vírus, o isolamento social a partir dos primeiros sintomas ou do recebimento do teste positivo continua fundamental. 

A médica infectologista cooperada Unimed Sergipe, Dra. Mariela Cometki, explica que o isolamento social ainda é um dos principais aliados para evitar a disseminação de vírus que causam as síndromes gripais.

"Estamos vivendo um surto de gripe em meio à pandemia, então temos duas doenças com circulação de vírus diferentes e que causam sintomas muito parecidos que é a síndrome gripal.

Para o paciente que inicia os sintomas gripais, a orientação é a mesma: que fique em isolamento.

Se apresentar algum sintoma grave, procure um hospital. Se não tiver plano de saúde e apresentar sintoma simples e que necessite de testagem, procurar unidade básica de saúde, evitando aglomeração nas Unidades de Pronto Atendimento e nas portas dos hospitais", explica Dra. Mariela.

O paciente deve buscar o teste para detecção da Covid entre o terceiro e sétimo dia de sintomas.

Se o teste da Covid der negativo, será feita a investigação para outros vírus e a pessoa deve manter o isolamento até o sétimo dia. Se der positivo, até o décimo.

 Dra. Mariela Cometki

Flurona

No início de janeiro, pesquisadores da Universidade Federal de Sergipe (UFS) confirmaram o primeiro caso de Flurona no Estado, quando é detectada a presença tanto do coronavírus quanto da Influenza ao mesmo tempo.

Antes disso, outros casos do tipo já haviam sido registrados no Brasil e no mundo.

No entanto, a infectologista Mariela Cometki explica que sempre haverá a predominância de um dos vírus.

"Dificilmente uma pessoa vai adoecer com duas doenças virais ao mesmo tempo.

Claro que, na medicina, tudo é possível,  mas é improvável que a pessoa tenha duas doenças respiratórias ao mesmo tempo.

Uma delas vai prevalecer e você vai ter a presença dos dois vírus na via aérea e essa detecção da presença dos dois vírus foi que deu esse termo  flurona, que não é uma nova doença, é uma condição", afirma Dra. Mariela.

 

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Vacinação

A vacinação contra a Covid-19 segue avançando no país, no entanto, com o surgimento da variante Ômicron, o número de casos voltou a subir, causando preocupação em profissionais da saúde.

"Tivemos essa bonança em ter casos com pouca gravidade, totalmente relacionada à vacinação. A vacina tem como primeira medida diminuir os casos graves e o número de pacientes internados. A Covid devastou jovens e pessoas sem comorbidades antes da vacina. Nós, que temos uma imunidade melhor e que podemos ser ponto de contaminação para outras pessoas, principalmente da nossa família, devemos fazer nossa parte, se imunizando e fazendo isolamento em casos de sintomas ou testes positivos. Às vezes, a Covid ou a gripe que não fez nada em você, pode matar alguém da sua família que tem comorbidade", alerta a infectologista.

Dra. Mariela também chama a atenção para uma possível escassez de medicamentos nas farmácias, provocada pelo estoque em casa que algumas pessoas começaram a fazer.

"Esse é outro apelo que eu faço.

As pessoas estão comprando medicamentos para estocar em casa e essas medicações estão se tornando escassas nas farmácias.  

Isso é extremamente egoísta, pois tem muita gente precisando de xarope expectorante, de medicação antitérmica e não está encontrando nas farmácias", ressalta.

 

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Ômicron

Com o surgimento da nova variante, no fim do ano passado, os casos de Covid-19 no mundo voltaram a subir. Segundo especialistas, a Ômicron possui alto grau de contaminação e já é dominante em muitos países.

"Estudos científicos e análises históricas mostram que uma pandemia pode durar de quatro a cinco anos, se tiver sido descoberta uma vacina segura.

A vacina está aí, é segura e segue em ascensão.

O imunizante contra a Covid precisa de reforço, pois é uma doença que a pessoa não cria anticorpos vitalícios e de tempos em tempos é preciso estimular o sistema imunológico para aumentar a produção desses anticorpos.  

E precisamos vacinar as crianças, mesmo não havendo grande incidência de casos graves, mas elas vivem em ambientes compartilhados, como a escola, onde há circulação não só de Covid, como de diversos vírus respiratórios", avalia.

"A Ômicron é altamente infectante. Observamos pouca letalidade e poucos sintomas, mas causa alta no número de casos e está presente, impactando nossa sociedade porque precisamos nos isolar.

Neste início de ano, houveram muitos cancelamentos de shows e também grande impacto na aviação civil.

Quando você vê um impacto em locais especializados, como funcionários da saúde ou de companhias aéreas,  isso reverbera na sociedade, com cancelamento de voos e falta de pessoas para trabalharem em hospitais", conclui a médica.

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