Saúde

Da Redação
09:02
28/02/2024

Paralisia de Bell: sintomas, diagnóstico e tratamento

A paralisia de Bell, que representa um tipo específico de paralisia facial, é caracterizada pelo enfraquecimento súbito ou paralisia dos músculos de um lado do rosto, causada por uma disfunção no 7º nervo craniano (nervo facial).

Esse nervo é responsável por diversas funções importantes, incluindo o movimento dos músculos faciais, a estimulação das glândulas salivares e lacrimais, a capacidade de detectar sabores nos dois terços anteriores da língua, e o controle de um músculo relacionado à audição.

A paralisia dos músculos da face pode começar subitamente e vai progredindo, levando de semanas a meses para a sua recuperação / Foto: Andrea Kamphuis/Wikimedia Commons

Diferenças entre paralisia de Bell e AVC

Um dos principais temores de pacientes com paralisia de Bell é a preocupação de que estejam sofrendo um acidente vascular cerebral (AVC).

No entanto, há sinais clínicos que ajudam a diferenciar as duas condições.

Na paralisia de Bell, a paralisia afeta a parte superior do rosto, incluindo a incapacidade de fechar o olho, enquanto que em um AVC, geralmente se observa desvio da boca sem afetar o olho, e não há paralisia em outras regiões do corpo.

Apesar desses indicativos, é crucial procurar assistência médica imediata para descartar causas graves de lesões neurológicas e iniciar o tratamento o quanto antes.

Diagnóstico clínico da Paralisia de Bell

O diagnóstico da paralisia de Bell é predominantemente clínico e não requer exames adicionais para sua confirmação.

Na fase inicial, não é necessário realizar exames complementares na emergência, e a tomografia craniana geralmente não é indicada.

Caso seja necessário um exame de imagem, a ressonância magnética é a opção mais adequada.

Exames de sorologia para identificar infecções virais ou bacterianas podem ser úteis.

Para os casos em que a recuperação demora mais de três meses, o exame de eletroneuromiografia pode ser valioso para avaliar a condição do nervo afetado.

Recuperação e sequelas

A grande maioria das pessoas afetadas pela paralisia de Bell experimenta uma recuperação total, embora o tempo necessário possa variar de três semanas a nove meses.

Uma pequena parcela dos pacientes pode apresentar algumas sequelas permanentes.

Caso note sinais de paralisia de Bell, é essencial procurar atendimento médico imediatamente, pois existem tratamentos disponíveis que são mais eficazes quando iniciados nos primeiros dois a três dias após o surgimento dos sintomas.

O tratamento precoce pode reduzir significativamente a duração dos sintomas e diminuir o risco de sequelas a longo prazo.

Origem viral da paralisia de Bell

A origem da paralisia de Bell foi amplamente debatida e envolvida em controvérsias, incluindo a crença popular de que poderia ser causada por "choques térmicos" ou "golpes de ar", teorias essas que não têm fundamentação científica.

Atualmente, a explicação mais aceita é que a paralisia de Bell surge devido à inflamação do nervo facial provocada por infecções virais.

O herpes simples, conhecido por causar herpes labial e genital, é frequentemente associado à condição.

Além deste, outros vírus como o da herpes zoster, responsável pela catapora, o citomegalovírus e o vírus Epstein-Barr, causador da mononucleose, também podem estar envolvidos na ocorrência da paralisia de Bell.

Tratamento medicamentoso

O tratamento medicamentoso para a paralisia de Bell geralmente inclui o uso de esteroides, como a prednisona, especialmente quando o diagnóstico ocorre dentro dos primeiros dois a três dias após o aparecimento dos sintomas.

Esses medicamentos, também conhecidos como corticoides, podem diminuir o inchaço e aumentar as chances de recuperação completa.

A eficácia dos esteroides é maior quando o tratamento é iniciado rapidamente, idealmente dentro de três dias após os primeiros sinais da condição.

Em alguns casos, especialmente quando a fraqueza facial é intensa, medicamentos antivirais (por exemplo, aciclovir, valaciclovir) podem ser prescritos em combinação com os glicocorticoides.

Estudos controlados sugerem que o uso combinado desses medicamentos pode oferecer benefícios adicionais para pacientes com quadros de fraqueza facial particularmente graves.

No entanto, outras abordagens de tratamento ainda não têm eficácia comprovada.

 

Com informações do Albert Einstein

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