Uma série de protestos acometeram a Itália nesta sexta-feira (15), quando uma das medidas anticoronavírus mais duras já adotadas na Europa entrou em vigor.
As autoridades italianas determinaram que todos os trabalhadoresdo país necessitam de um documento, uma espécie de passaporte sanitário, para entrar em seus locais de trabalho.
As novas medidas, que afetam cerca de 23 milhões de funcionários tanto nos setores público quanto no privado, enfrentam resistência.
Algumas cidades italianas tiveram manifestações nesta-sexta feira, e a expectativa é de que outras ocorram à noite.
Trabalhadores do porto de Trieste fazem greve em protesto contra a obrigatoriedade da apresentação do "Passe Verde" (Getty Images)
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A polícia elevou sua presença nas ruas, as escolas encerraram as aulas mais cedo e as embaixadas emitiram avisos de possíveis atos agressivos.
Isso ocorreu em meio a temores de que as manifestações antivacinação pudessem se tornar violentas, conforme ocorreu em Roma no último fim de semana.
O chamado "Passe Verde" exibe a prova de imunização completa, um teste negativo recente ou se o portador foi infectado e se recuperou da covid-19 nos últimos seis meses.
A Itália já exigia a apresentação do tal passaporte sanitário para o acesso a todos os tipos de ambientes internos, incluindo restaurantes, museus, teatros e trens de longa distância.
Mas a adição da exigência de apresentá-lo no local de trabalho gerou um debate acalorado e oposição num país que possui uma das taxas de vacinação mais altas da Europa.
A nova regra impõe um ônus tanto ao trabalhador quanto ao empregador, com a imposição de multas.
Aparatos eletrônicos capazes de decifrar códigos QR de smartphones com o "Passe Verde" foram instalados em grandes locais de trabalho.
Mas em locais menores, como restaurantes ou clubes esportivos, os funcionários e gerentes tiveram que baixar um aplicativo capaz de escanear os códigos.
As sanções para os empregadores que falharam no controle de seus funcionários variam entre 400 e 1.000 euros.
Um trabalhador que não apresentar o "Passe Verde" no trabalho é considerado ausente sem justificativa e pode ser sancionado com multas de 600 a 1.500 euros.
Mas críticos apontaram algumas controvérsias.
Por exemplo, caixas de supermercado e cabeleireiros precisam ter um "Passe Verde" válido para trabalhar, mas seus clientes, não, além de precisarem usar máscara apenas em locais fechados.
Com informações de agências internacionais