O molnupiravir, remédio experimental contra a Covid-19 produzido pelo grupo farmacêutico MSD, reduziu em cerca de 50% a chance de hospitalização ou morte para pacientes em risco de desenvolver formas graves da doença.
Esses resultados preliminares foram anunciados nessa sexta-feira (1º). Especialistas viram os dados como um potencial grande avanço na luta contra o coronavírus.
A MSD e sua parceira Ridgeback Biotherapeutics planejam buscar autorização para uso de emergência da pílula nos EUA o mais depressa possível.
Elas também vão submeter pedidos de licença às autoridades regulatórias de outros países.
Pílulas de molnupiravir, remédio experimental do grupo farmacêutico MSD para a Covid-19 (Reuters)
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"Um antiviral oral que pode ter um impacto desse nível no risco de hospitalização seria um divisor de águas", disse Amesh Adalja, professor do Centro Johns Hopkins para Segurança Sanitária.
Os tratamentos hoje existentes, como o remdesivir, da Gilead, têm sido ministrado a pacientes já internados.
Para Adalja, eles são "complicados e logisticamente difíceis de administrar. Uma simples pílula oral seria o oposto disso".
Os resultados dos testes de fase 3, que fizeram as ações da empresa disparar na Bolsa americana, foram tão robustos que monitores externos recomendaram interromper o ensaio antes da data prevista.
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No estudo da MSD, análise preliminar dos 775 pacientes que participaram constatou que 14,1% das pessoas que receberam um placebo foram hospitalizadas ou morreram nos 29 dias posteriores ao tratamento.
Entre as pessoas que receberam o molnupiravir, 7,3% foram hospitalizadas e nenhuma morreu (contra oito mortes nos pacientes que receberam o placebo).
A MSD afirmou que o sequenciamento viral feito até agora demonstra que o molnupiravir é efetivo contra todas as variantes do coronavírus, incluindo a delta, altamente transmissível.
A farmacêutica anunciou que espera produzir 10 milhões de pacotes do tratamento até o final de 2021 e promete produção ainda maior no ano que vem.
Com informações da Reuters