Saúde

Redação / Hugo Julião
17:27
17/09/2021

Vacinas intranasais podem ser esperança para limitar a transmissão do vírus

Substituir a agulha da vacina por uma aplicação nasal: e se essa for a solução para vencer resistências e erradicar a Covid-19?

Por atuar no local inicial da infecção, vários testes com esse dispositivo se mostram promissores contra a doença e sua transmissão em animais, embora ainda não tenham sido confirmados em humanos.

No início de setembro, o Instituto Nacional de Pesquisa Agronômica da Fança (Inrae) e a Universidade francesa de Tours, registraram a patente de uma candidata a vacina por via nasal, após resultados promissores em animais.

De acordo com a chefe da equipe de pesquisa da empresa BioMAP, Isabelle Dimier-Poisson, os testes mostraram "100% de sobrevivência" em camundongos vacinados e depois infectados com Covid-19, contra "100% de mortalidade" em não-vacinados.

Como explicar esses resultados encorajadores?

Em um artigo de julho na revista científica Science, os pesquisadores Frances Lund e Troy Randall lembram que, em comparação com as vacinas intramusculares, os imunizantes intranasais oferecem duas camadas adicionais de proteção.

A primeira delas é o IgA, um tipo de anticorpo que desempenha um papel crucial na função imunológica das membranas mucosas.

A segunda é a criação de células B e T, que possuem "memória" e residem nas membranas mucosas respiratórias, formando uma barreira contra infecções nessas áreas.

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Diante da Covid-19, as vacinas atualmente no mercado oferecem forte proteção contra casos graves da doença, mas menos proteção contra o risco de transmissão.

Ao vacinar pelo nariz, a ideia é lutar contra o vírus mas também contra a sua propagação. 

Segundo a OMS, oito vacinas nasais estão em avaliação clínica, ou seja, em testes em humanos, sendo a mais avançada a desenvolvida por um grupo de universidades e uma empresa chinesa.

Várias dezenas de vacinas também estão em estágios pré-clínicos.

Outra vantagem dessa injeção pelo nariz: ela protege contra a propagação do vírus no cérebro.

Se nos países ricos a maioria da população já recebeu vacinas de primeira geração, os pesquisadores destacam o valor de um reforço com essas injeções nasais.

Com informações da AFP

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