Saúde

Revista Oeste
09:38
01/07/2021

Variante Delta pode aumentar riscos de reinfecção pela covid-19, diz estudo

Um estudo liderado pela Universidade de Oxford, do Reino Unido, afirma que a variante Delta pode aumentar os riscos de reinfecção pelo novo coronavírus.

A pesquisa, que contou com a participação da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), foi publicada na revista científica Cell.
 


 

De acordo com o estudo, o soro de pessoas previamente infectadas por outras variantes é menos potente contra a Delta (B.1.617).

No caso de pacientes expostos à Gama (P.1), identificada originalmente na cidade de Manaus e dominante no Brasil, e à Beta (B.1.351), registrada pela primeira vez na África do Sul, a capacidade de os anticorpos neutralizarem a Delta é 11 vezes menor.

Uma mutação sofrida pelo vírus na proteína spike, a coroa que se liga à célula humana, é a responsável pela redução da eficácia.

Na Delta, há maior afinidade com os receptores celulares do que em outras linhagens que circularam no início da pandemia, de acordo com os pesquisadores.

Por outro lado, a afinidade da Delta é inferior à verificada em outras “variantes de preocupação”.

Alfa, Beta, Gama e Delta são as quatro cepas que a Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica dessa forma.

A pesquisa também mostra que os imunizantes de RNA mensageiro e vetor viral continuam eficazes contra a infecção pela Delta, mas com redução.

No caso da vacina da AstraZeneca, a eficácia é 4,3 vezes menor.

No caso da Pfizer, é 2,5 vezes menor.

Segundo os pesquisadores, os resultados são semelhantes aos verificados com as variantes Alfa (B.1.1.7), identificada primeiramente no Reino Unido, e Gama (originária do Brasil).

Parece provável, a partir desses resultados, que as vacinas atuais de RNA e vetor viral fornecerão proteção contra a linhagem B.1.617 (que possui três sublinhagens, incluindo a variante Delta), embora um aumento nas infecções possa ocorrer como resultado da capacidade de neutralização reduzida dos soros”, afirmam os pesquisadores.

Variante Delta

Detectada inicialmente na Índia, a cepa já está presente em 92 países, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Até o momento, foi responsável por duas mortes no Brasil, conforme reportou Oeste.

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