Cerca de 340 milhões de cristãos foram "fortemente perseguidos" no mundo em 2020, um fenômeno em constante crescimento e que foi agravado pela pandemia de coronavírus.
A constatação é fruto de um relatório da ONG Portas Abertas, publicado nesta quarta-feira (13) na França.
"As minorias cristãs perseguidas enfrentaram violência sem precedentes e aumento da discriminação.
Cerca de 340 milhões de cristãos – católicos, ortodoxos, protestantes, batistas, evangélicos ou pentecostais – foram "fortemente perseguidos", contra 260 milhões em 2019, denuncia a ONG.
Os registro dos ataques vão da "discreta opressão diária" à "violência mais extrema".
"Isso representa 1 cristão em cada 6 na África e 2 em cada 5 na Ásia", destaca Patrick Victor, diretor da Portas Abertas França, que garante que os números estão "abaixo da realidade".
Uma copta sudanesa assiste à missa da meia-noite de Natal na Igreja dos Mártires da capital Cartum no final de 6 de janeiro de 2021 (AP)
O número de cristãos mortos aumentou 60%, passando de 2.983 para 4.761 no ano passado. "Mais de 90% na África Subsaariana", aponta Victor.
Pelo sexto ano consecutivo, a Nigéria lidera "os países onde mais pessoas foram mortas por sua fé" (3.530 mortos), à frente da República Democrática do Congo (460) e do Paquistão (307).
Em contrapartida, a ONG observa que o número de igrejas atacadas (fechamentos, ataques, danos, incêndios) reduziu pela metade (4.488) em comparação com 2019.
A China lidera esta lista com 3.088 templos atacados (contra 5.576 em 2019), à frente da Nigéria. "Na China, assim como na Índia, a perseguição aos cristãos é sistemática e até sistêmica", diz Victor.
O número de cristãos detidos por sua fé aumentou para 4.277, contra 3.711 em 2019, com cerca de metade na Eritreia (1.030) e na China (1.010).
Mas se levados em conta todos os tipos de perseguição, a Coreia do Norte, onde "a fé em Deus é um crime contra o regime", segundo a ONG, lidera o ranking mundial, seguida pelo Afeganistão, Somália, Líbia, Paquistão e Eritreia.
Com informações da AFP