Chapada Diamantina, entre Lençóis e a Vila do Capão

Meu sonho de conhecer a Chapada Diamantina foi concretizado. 

A região de serras, protegida na categoria de parque nacional, está situada no centro do estado brasileiro da Bahia, onde nascem quase todos os rios das bacias do Paraguaçu, do Jacuípe e do Rio de Contas.

Em meio a um turbilhão de acontecimentos, minhas amigas irmãs, Laís Maciel e Solange Gomes me convidaram para ir, um refresco em minha vida e minh’ alma. 

Texto e fotos: Tanit Bezerra*

Uma longa estrada nos leva e nos traz. Laisinha ao volante, segura e precisa nos conduz a um lugar que, se eu fosse bem racional não iria aos 60 anos, portadora de artrite reumatoide. 

Mas, encarar e superar fazem parte do meu ser. Uma semana é o básico, um dia pra ir, outro pra voltar e cinco pra explorar, nem todos os lugares, claro, são muitos. 

Contratamos o Raimundo, guia nativo, conhecedor da região e parceiro nas caminhadas e obstáculos. 

Começamos pelo Parque Municipal de Muritiba, que abriga o Serrano, rio que desce pelas pedras formando piscinas naturais e corta a cidade de Lençóis, ocupada a partir de 1845, por vaqueiros e garimpeiros que avistaram de cima da serra as águas fartas espumadas descendo sobre os lajedos, semelhantes a lençóis brancos, uma das versões que deram origem ao nome da cidade, que conta com um centrinho histórico, bares, restaurantes, música boa e gente bonita a subir e descer ladeiras.

As “piscinas” com pequenas cachoeiras do Serrano, o Salão de Areias Coloridas e a Cachoeirinha são imperdíveis nessa trilha. 

Outro dia, outro cenário. A Cachoeira do Mosquito me surpreendeu, é majestosa. Leva o nome Mosquito, não por causa do inseto, mas pelo diamante pequenino, típico dessa região, rica em pedras preciosas.

Prepare o fôlego, são 340 degraus pra descer e subir, além de areia e pedras na trilha. Eu consegui! Recomendo ir de manhã, no início da tarde o sol vai se escondendo e o frio bate. Super vale!

Fomos também ao pé do famoso Morro do Pai Inácio. As 16h encerra a subida e às 17h tem que descer sem ver o pôr do sol. Não deu pra subir, mas vale a vista, tirando uma torre monstra de telefonia na paisagem.

No dia seguinte seguimos para conhecer o Vale do Capão. 50km de asfalto até o município de Palmeiras e mais 20km de estrada de terra até o Capão. Tudo muito bem sinalizado e arrumado.

Frio gostoso variando entre 16 e 20 graus (tem que levar luva, meia, bota ou tênis e casaco), centrinho aconchegante, comidinha boa, povo bonito, meio geração Woodstok século 21.

De lá vale fazer a trilha do Zezão, em Conceição dos Gatos, o Riachinho e a lagoa dos Patos. 

Para quem tem disposição para aventura a Cachoeira da Fumaça é uma boa pedida.

Na gastronomia a empada, o pastel e a moqueca de jaca são imperdíveis, além dos cafés e doces da Chapada. 

Em Lençóis a noite acontece na Rua das Pedras e no entorno. Por lá vale conhecer o Café Emporium Pàdé, a pizza da Natora e os crepes doces e salgados do Bistrô do Mato. 

No Capão, indico o Pico do Açaí, as Princesas das Empadas, o Budah Bar e a pousada Salão de Areia. Se jogue e conheça um dos lugares mais lindos do Brasil.

Resumindo, VALEU! 

*Tanit Bezerra é jornalista, fotógrafa e viajante

Morro do Pai Inácio I

Morro do Pai Inácio II

Lavadeiras do Serrano, vista da cidade

Conceição dos Gatos, pela Trilha do Zezão, Vale do Capão

 Águas acessíveis de Conceição dos Gatos

Grande cachoeira de Conceição dos Gatos, só pra ver

Riachinho, Vale do Capão

Piscinas do Riachinho, Vale do Capão

Buxixo o Centrinho em Lençóis

Bistrô do Mato, Rua das Pedras em Lençóis

Princesas das Empadas, Vale do Capão

Moqueca de Jaca da Maria em Conceição dos Gatos