Três meses após o trágico assassinato de Maria Bernadete Pacífico, a Mãe Bernadete, do Quilombo de Pitanga dos Palmares, na Bahia, a Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq) e a Terra de Direitos divulgaram um relatório alarmante nesta sexta-feira (17).
O estudo, intitulado "Racismo e Violência contra Quilombos no Brasil", destaca um aumento preocupante na violência contra comunidades tradicionais.
Arte sobre a foto de Wallisson / Conaq
Violência crescente contra quilombolas revelada em novo estudo
- Três meses após o trágico assassinato de Maria Bernadete Pacífico, a Mãe Bernadete, do Quilombo de Pitanga dos Palmares, na Bahia, a Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq) e a Terra de Direitos divulgaram um relatório alarmante nesta sexta-feira (17).
- O estudo, intitulado "Racismo e Violência contra Quilombos no Brasil", destaca um aumento preocupante na violência contra comunidades tradicionais.
Duplicação da média anual de assassinatos
- De acordo com o estudo, a média anual de assassinatos em comunidades quilombolas quase dobrou nos últimos cinco anos em comparação com o período de 2008 a 2017.
- Apesar de não incluir a morte de Mãe Bernadete, o levantamento preliminar de 2023 já registra sete mortes.
- Entre 2018 e 2022, foram contabilizados 32 assassinatos em 11 estados, com conflitos fundiários e violência de gênero como principais causas.
Racismo e desafios fundiários
- Givânia Maria da Silva, socióloga e coordenadora do coletivo nacional de educação da Conaq, aponta que os números refletem uma estrutura racista na sociedade brasileira.
- A pesquisa ressalta a importância da questão fundiária no Brasil, especialmente quando envolve proprietários negros.
- Darci Frigo, coordenador da Terra de Direitos, destaca que o racismo estrutural e institucional são o pano de fundo da violência, e a morosidade na regularização fundiária agrava a situação.
Epicentro da violência
- Os estados do Maranhão, Bahia, Pernambuco e Pará são identificados como os mais afetados pela violência contra quilombolas.
- O assassinato de Mãe Bernadette e seu filho são exemplos marcantes dessa realidade.
Necessidade de ação governamental
- As entidades pesquisadoras enfatizam a urgência de ações governamentais para combater a violência e assegurar direitos.
- Eles recomendam planos concretos para a titulação dos territórios quilombolas e proteção adequada para os defensores de direitos humanos.
Legado e luta contínuos
- Jurandir Pacífico, filho de Mãe Bernadete, planeja honrar o legado de sua mãe com a inauguração de um instituto em seu nome.
- O objetivo é apoiar comunidades na documentação e titulação de terras quilombolas, perpetuando assim a luta de Mãe Bernadete.
Com informações da Agência Brasil