Quem nunca se encantou com aquelas bandas que, em datas festivas, desfilavam pelas ruas da cidade com seus reluzentes instrumentos e coreografias bem ensaiadas?
Essa imagem certamente faz parte da lembrança de muitos moradores da capital e do interior do Estado.
As conhecidas bandas escolares mantêm viva uma tradição que já faz parte da história e do imaginário sergipano, mas se engana quem acha que esse é apenas um registro que ficou no passado.
Hoje, muitas crianças e adolescentes ainda enxergam no aprendizado da música uma possibilidade de crescimento e investimento no futuro, tanto pessoal quanto profissional.
E o despertar da vocação começa cedo, muitas vezes motivado pela existência das bandas formadas dentro das escolas.
Banda Marcial da Escola Estadual Professor Valnir Chagas / Fotos: Maria Odília
Um exemplo de projeto de musicalização bem-sucedido é a Banda Marcial da Escola Estadual Professor Valnir Chagas, localizada no centro de Aracaju.
Nicolle Cristine Santos de Menezes
Integrante da banda escolar desde 2022, Nicolle Cristine Santos de Menezes, 13 anos, afirma que escolheu tocar Trompa porque gosta do som produzido pelos instrumentos de sopro.
“Antes eu tocava pratos, mas decidi experimentar outro instrumento e dentre todos disponíveis eu optei pela trompa.
Eu me sinto feliz com a minha escolha e também de fazer parte da banda da minha escola. Tenho me dedicado muito aos treinos, tanto em casa quanto na escola, pois quero fazer bonito na avenida”, ressalta.
Mateus Dantas
O aluno Mateus Dantas, 14, toca Bumbo há dois anos e diz não se arrepender da escolha que fez.
“Eu gosto muito de tocar esse instrumento e também da oportunidade de ter educação musical na escola, principalmente porque a nossa banda é única”. Mateus refere-se ao fato de sua banda ser composta apenas por crianças.
Lucas Gabriel Soares Quintiliano
Seu colega, Lucas Gabriel Soares Quintiliano, 14, toca Quinton e Caixa há dois anos e também reforça a importância de ter acesso à educação musical no ambiente escolar.
“É muito legal estudar música, mas isso só é possível porque a escola disponibiliza os instrumentos.
Não são todos os alunos que gostam de música, mas alguns sonham em ser percussionistas e ficam maravilhados de poder estudar música na escola, e de graça”, destaca.
Alejandra Vitória Siqueira Melo
Livre para escolher o instrumento que quisesse, a aluna Alejandra Vitória Siqueira Melo, 12, começou a tocar Lira Marcial há dois anos e diz estar convencida do seu potencial enquanto instrumentista.
“Eu sinto firmeza no instrumento que escolhi tocar, já os outros instrumentos eu não tenho vontade de aprender”, frisa.
Sobre o desfile cívico de 7 de setembro, Alejandra comenta que os preparativos estão sendo intensos, mas compensadores.
“Meus colegas e eu estamos ensaiando muito e dando o melhor de nós para fazer bonito no desfile e representar bem a nossa escola”.
Lucas, complementa:
“A gente está se preparando desde o início do ano. A gente nunca se apresentou na Barão (Avenida Barão de Maruim), por isso todos estão muito ansiosos para o desfile de 7 de setembro”.
O instrutor da Banda Marcial Professor Valnir Chagas, Robson Barreto Soares
Musicalização na escola
Com 25 anos de experiência no meio musical, o instrutor da Banda Marcial Professor Valnir Chagas, Robson Barreto Soares, explica que musicalizar significa desenvolver o senso musical das crianças, sua sensibilidade, seu ritmo.
“O processo de musicalização tem como objetivo fazer com que a criança se torne um ouvinte sensível de música, com um amplo universo sonoro.
Em nossa banda marcial, o objetivo principal é dar oportunidade de acesso à vivência musical, contribuindo para a formação e capacitação de novos instrumentistas.
Por isso, os estudantes que demonstram interesse em participar da banda escolar podem escolhem os instrumentos com os quais se identificam e aprendem seus primeiros acordes com o auxílio de instrutores voluntários”, realça.
Diretora Andreia Abreu
Para a diretora Andreia Abreu, a musicalização é um processo de construção do conhecimento, que tem como objetivo desenvolver e despertar o gosto musical, cooperando para o desenvolvimento da sensibilidade, do senso rítmico, da criatividade, além de desenvolver o prazer de ouvir música, a imaginação, a memória, a concentração, a autodisciplina e o respeito ao próximo.
“No nosso entendimento, o processo de musicalização deve estar ao alcance de todos, deve ser um meio de inclusão.
Por isso, em nossa banda escolar praticamos valores como a socialização e a afetividade entre todos os alunos”, conclui.
Histórico
Com informações da Seduc/SE