Tema Livre

Edição: Hugo Julião
04:40
06/01/2022

‘Os riscos das eleições estão superdimensionados’, diz consultor americano

O cientista político Christopher Garman, diretor executivo para as Américas da Eurasia, uma consultoria americana especializada em avaliação de riscos, tem um retrospecto respeitável em suas previsões sobre o Brasil.

Por isso, com a campanha eleitoral ganhando tração, convém ouvir o que ele tem a dizer sobre o pleito.

Para o analista, há exagero nos perigos associados tanto à vitória de Lula quanto à de Bolsonaro / Foto: Carlos Moura/CNI

Em 2018, seis meses antes das eleições, Garman foi um dos poucos entre seus pares a afirmar que Bolsonaro tinha grandes chances de ir para o segundo turno, quando a maioria  jurava de pés juntos que a candidatura do capitão era “fogo de palha”.  

Em 2014, logo depois das eleições, ele antecipou a formação de uma “tempestade perfeita” contra a então presidente Dilma Rousseff, formada pela combinação de um governo com sustentação política limitada e baixa credibilidade perante o mercado, por um escândalo de corrupção “já contratado”, como o petrolão, e por um cenário econômico complicado.

Deu no que deu.


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Em entrevista ao Estadão, Garman afirma que os riscos associados tanto à vitória de Lula quanto à de Bolsonaro “estão sendo superdimensionados”.  

O Lula não vai dar uma guinada radical para a esquerda, ampliando os gastos de forma irresponsável, e o Bolsonaro não vai representar uma ameaça à democracia.”  

Segundo ele, independentemente de quem ganhe a eleição e da retórica eleitoral, não deverá haver um abandono da responsabilidade fiscal no novo governo, porque as lições de 2015 e 2016 ainda perduram.

“A classe política viu como o descontrole fiscal pode levar a uma recessão profunda.”


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Para Garman, os principais temas da campanha serão emprego e renda, enquanto o combate à corrupção deve ficar em segundo plano, ao contrário do que aconteceu em 2018.

A inflação, decorrente de um choque global nas cadeias de produção, puxou a alta dos alimentos e dos combustíveis, e ao lado da inércia doméstica gerou uma redução de renda importante”, diz.

“Acredito que o candidato que for mais crível nesses dois temas vai ganhar a eleição.”

LEIA A ENTREVISTA COMPLETA NO ESTADÃO

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