Todos os anos, o Facebook fatura cerca de um bilhão de dólares no Vietnã, país controlado por um único Partido Comunista.
Para não perder este lucro, Mark Zuckerberg, fundador e CEO da empresa, decidiu pessoalmente que a rede social atenderia às exigências dos censores governamentais para barrar conteúdo da oposição.
Mark Zuckerberg (Reprodução/Washinton Post)
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A reportagem é do The Washinton Post, um dos veículos que fazem parte do consórcio de imprensa debruçado sobre o escândalo do Facebook Papers.
Segundo informa o jornal, antes do congresso do partido no Vietnã em janeiro, o Facebook aumentou significativamente a censura de postagens consideradas "antiestatais", cedendo à legenda o controle completo sobre a plataforma.
A informação foi revelada ao jornal por três ex-funcionários anônimos que estavam a par da decisão, e foi confirmada por ativistas locais e defensores da liberdade de expressão no país.
Esta é mais uma das revelações baseadas nos documentos vazados pela ex-funcionária Frances Haugen.
As reportagens têm mostrado que, ao contrário do que consta nas diretrizes de comunidade, a rede social possui um duplo padrão para a remoção de conteúdo da plataforma e diversas vezes privilegiou o lucro à fidelidade aos próprios valores declarados.
Ao The Post, o Facebook afirmou que suas decisões no Vietnã foram tomadas com o objetivo de "garantir que nossos serviços continuem disponíveis para milhões de pessoas que dependem deles todos os dias”.
Veja, na Gazeta do Povo, quais foram as principais denúncias já publicadas.