Tema Livre

Edição: Marcel Azuma
11:26
15/06/2021

Pesquisa aponta inacessibilidade de sites culturais

85,9% acessariam conteúdos culturais com mais frequência se fosse mais fácil e acessível navegar por sites sobre o assunto.

Isso é o que apontou uma pesquisa de opinião sobre o acesso à arte e à cultura no ambiente digital feita pelo Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB).

A pesquisa foi apresentada hoje (14) no seminário online Encontros CCBB sobre Acessibilidade Digital.

Entrevistados dizem que falta de ferramentas reduz consumo de conteúdo

----------

A Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, de 2005, tornou obrigatória a acessibilidade nos sites da internet do Brasil.

Entre esses recursos que devem ser utilizados estão, por exemplo, a presença de janela com intérprete de Libras e audiodescrição.

A Lei da Inclusão também estabelece que a pessoa com deficiência tem direito à cultura e que programas de televisão, cinema, teatro e outras atividades culturais e desportivas devem possuir formato acessível.

Mas, na prática, nem todo conteúdo cultural é acessível. E isso tem sido observado também quando se pensa na disponibilização de conteúdos culturais pela internet.

Apesar de ser crescente o interesse da população com deficiência a conteúdos culturais na internet, muitos sites, aplicativos e portais ainda não são acessíveis.

Ou não estão suficientemente acessíveis, atendendo a apenas uma parcela das pessoas com deficiência.

“Muitos sites, inclusive ligados à produção cultural, podem ser acessíveis, mas para uma determinada deficiência.

Por exemplo, há sites com descrição de imagem. Mas não tem, por exemplo, intérprete de Libras fazendo a tradução.

A verdade é que são raríssimos os sites de produção cultural que estão adequados”, disse Simone Freire, idealizadora do Movimento Web para Todos, durante o seminário.

----------

A pesquisa online do CCBB foi feita com 256 pessoas de todo o país, com diversos tipos de deficiência, entre os dias 28 de abril e 1º de junho.

Desse total de pessoas entrevistadas, 88,3% disseram que costumam acessar conteúdos culturais por meio virtual, principalmente utilizando celular (61,6%). 

Para 27% pessoas dessas , a navegação e acessibilidade desses sites culturais são ruins.

Outros 8,6% consideram a navegação e o acesso a esses conteúdos péssimos.

Apenas 5,5% consideram ótima a navegação por sites de conteúdo cultural.

Os sites que essas pessoas consideram mais fáceis de navegar são os de notícias. Essa foi a resposta de metade dos entrevistados (51,2%).

Em seguida aparecem os sites de educação (16,8%), as lojas virtuais (12,1%), sites de bancos (6,3%), sites governamentais (5,5%) e sites de serviços de saúde (0,8%).

Isso não quer dizer que os sites de notícias estão acessíveis. Não existe site de notícias acessível no país, que abarque a maior parte das deficiências.

Mas ele é mais fácil de navegar porque tem basicamente texto e imagem e, eventualmente, vídeos.

O acesso à informação é muito simples, muito básico.

Mas eles não são navegáveis pelo teclado, não tem descrição de imagem, não tem intérpretes de libras. Mas eles são os menos piores a se navegar”, explicou Simone.

A pesquisa mostrou ainda que, durante a pandemia, 72% dos entrevistados usaram a internet com mais frequência em busca de conteúdos culturais.

 

Com informações da Agência Brasil

Compartilhe