A pesquisa realizada pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) aponta que cerca de dois terços (64%) da população considera que a questão das mudanças climáticas é uma “urgência mundial”.
O estudo, que consultou pessoas em 50 países, é o maior já realizado sobre o assunto.
Foram ouvidas pessoas da Austrália aos Estados Unidos, passando pela Rússia, Argentina, Brasil, Iraque, Paquistão, entre outros..
“Em vários lugares essa era a primeira vez que se fazia uma pesquisa de opinião pública tão ampla sobre as mudanças climáticas”, indicou o PNUD em seu comunicado divulgado nesta quarta-feira (27).
Aquecimento do planeta é a preocupação da maioria da população mundial(Michael Scohn/AP)
A pesquisa “reuniu as opiniões de 1,22 milhão de pessoas”, das quais 550 mil eram menores de 18 anos.
Pelo menos 69% das pessoas com idades entre 14 e 18 disseram que há uma emergência climática, enquanto 58% das pessoas com mais de 60 anos concordaram.
Os números desmentem a noção de que o assunto interessa apenas as novas gerações, pois mostra que mesmo se os mais jovens são os mais preocupados com a questão climática, os mais velhos também estão atentos para o assunto.
Do ponto de vista geográfico, 80% dos britânicos, italianos e japoneses se mostraram preocupados com o tema.
Já em países como Brasil, Estados Unidos, Rússia e Vietnã, essa proporção cai para dois terços.
Na França, Alemanha, África do Sul e Canadá, mais de três quatros das pessoas ouvidas falaram de “urgência mundial”.
O estudo do PNUD também aponta que nos locais do mundo onde há muito desmatamento, a população alerta para a importância da preservação das florestas.
É o caso do Brasil, onde 60% dos entrevistados apoiaram a proteção das árvores como uma forma de conter as mudanças climáticas.
A maioria dos brasileiros (51%) também pede mais investimentos em empresas e empregos sustentáveis, além do aumento de veículos elétricos e bicicletas (57%).
Para 54% das pessoas consultadas, a solução mais popular para lutar contra o aquecimento do planeta é proteger as florestas e os habitats naturais.
Seguem na lista de medidas o desenvolvimento de energias renováveis, técnicas de agricultura mais adaptadas e investimentos em uma economia verde.
De todos os entrevistados, apenas 30% disseram que um regime alimentar sem carne é uma solução, uma das proporções mais baixas registradas entre as alternativas propostas.
A pesquisa do PNUD também apontou que desperdiçar menos comida aparece como uma medida mais importante do que o desperdício com energia.
Com informações de agências internacionais