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26/02/2025 16:12

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Sergipe reconhece cinco novos Patrimônios Vivos da Cultura

Fotos: Reinaldo Moura
 

O Governo de Sergipe, por meio da Fundação de Cultura e Arte Aperipê de Sergipe (Funcap), realizou na última terça-feira, 25 de fevereiro, a assinatura do Programa de Registro de Patrimônio Vivo da Cultura Sergipana – Lei dos Mestres.

A cerimônia, que aconteceu no Palácio Museu Olímpio Campos, contou com a participação do governador Fábio Mitidieri e marcou o reconhecimento de cinco importantes figuras culturais do estado.

A iniciativa tem como objetivo valorizar e preservar as tradições culturais sergipanas, garantindo aos mestres da cultura um título vitalício e um incentivo financeiro mensal equivalente a dois salários mínimos.

Além disso, os contemplados têm prioridade na análise de projetos culturais, permitindo que suas práticas culturais continuem sendo transmitidas às futuras gerações.

Reconhecimento e valorização da cultura local

O governador Fábio Mitidieri destacou a importância da homenagem e o impacto do programa no fortalecimento da identidade cultural sergipana.

“O que fazemos aqui é uma justa homenagem e a preservação da nossa memória e do saber popular. Esses mestres dedicaram suas vidas à cultura, e esse reconhecimento em vida é essencial. Essa lei reforça nosso compromisso com a arte e a cultura, valorizando cada vez mais a história do nosso povo”, afirmou o governador.

O programa, que teve início em 2024, contemplou inicialmente cinco mestres da cultura. Agora, outros cinco nomes passam a integrar o seleto grupo de Patrimônios Vivos da Cultura Sergipana.

Homenageados em 2025

  • Marilene dos Santos Moura (Mestra Marilene) – Reisado São José, no Povoado São José, em Japaratuba.
  • Rosualdo da Conceição (Mestre Diô) – Líder do Samba de Coco do Mosqueiro.
  • Josefa Santos de Jesus (Finha de Zé de Totó) – Mestra da Dança de Roda do Quilombo Sítio Alto, em Simão Dias.
  • Marizete Lessa (Mãe Marizete) – Candomblecista mais antiga de Sergipe.
  • Severo D'Acelino – Fundador do Movimento Negro contemporâneo em Sergipe e coordenador da Casa de Cultura Afro Sergipana.

Ao final da cerimônia, o grupo Samba de Pareia realizou uma apresentação especial, celebrando o reconhecimento dos novos mestres.

Depoimentos 

A homenageada Mestra Marilene, ao receber o título, fez questão de entregar um buquê de flores ao governador, representando todos os contemplados.

“Para mim, este é um momento único e maravilhoso. Nunca imaginei que receberia esse reconhecimento nessa altura da vida! O resgate da cultura mudou minha trajetória e faço isso com o maior prazer do mundo há 25 anos”, declarou emocionada.

Severo D'Acelino, importante liderança do movimento negro no estado, destacou a importância da valorização cultural:

“A cultura é a expressão da vida e da verdade. Esse reconhecimento nos fortalece e nos incentiva a seguir com nosso trabalho. Agradecemos ao governador e a todos os envolvidos neste projeto que promove a representatividade e o respeito às nossas tradições”, afirmou.

Sobre a lei

O Programa de Registro de Patrimônio Vivo da Cultura Sergipana - Lei dos Mestres incentiva e impulsiona a atuação de pessoas que tradicionalmente mantém e salvaguardam aspectos relevantes da cultura de Sergipe.

O objetivo é assegurar a transmissão de conhecimentos e contribuições culturais, incentivando a participação dos mestres em programas de ensino-aprendizagem e cedendo ao Estado os direitos de uso dos conhecimentos dos mesmos.

A seleção é feita via edital, e para participar os candidatos devem comprovar suas contribuições na manutenção de aspectos da cultura sergipana em diversas linguagens, além de possuir atuação comprovada na área por no mínimo seis anos. O edital dispõe de cinco vagas, sendo ao menos três destinadas às Culturas Populares.

O projeto foi idealizado pelo então deputado estadual e hoje vice-governador Zezinho Sobral. “Como sergipanos, ficamos muito contentes por tudo isso.

Nos termos da lei, o mestre recebe um apoio financeiro durante toda a sua vida, com a contrapartida de continuar transmitindo para as novas gerações o seu conhecimento. É a garantia da preservação da nossa história, assegurando a nossa sergipanidade. E para mim, como autor do projeto lá atrás, a alegria é ainda maior”, pontuou.

O presidente da Funcap, Gustavo Paixão, também esteve presente e reforçou a necessidade de cuidar das referências da cultura sergipana.

“A cultura de Sergipe é algo indescritível. Nosso estado é muito plural, e estamos aqui para celebrar isso. O prêmio nada mais é que uma valorização a pessoas que se doaram por uma vida em prol da nossa cultura, e ver esse brilho nos olhos de vocês é lindo e nos motiva”, completou.

 

Com informações do Governo de Sergipe

Da redação

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